Pai, antes de ver o filho nascer, leva a mãe ao médico para fazer o pré-natal, para ver se está tudo bem; são os primeiros cuidados.  Ao nascer: que lindinho, mas já começa as preocupações, pediatra, despesas com plano de saúde, e a passar noites acordado, pois o lindinho troca a noite pelo dia.

Aos 5 anos: quero colo, quero chupeta, quero atenção e carinho, e faço birra para conseguir tudo que quero.

Aos 10 anos: quero passear, quero mesada e quero que meu pai faça minhas vontades, mas começo a perder a graça e fazer malcriação, e ai já ganho umas broncas.

Aos 15 anos: Sou espada, pegador e todas as gatinhas a fim de mim, e meu pai me enche o saco com seus conselhos, avisos e cuidados que devo tomar, e insiste para eu ir à igreja, não aguento mais!

Aos 20 anos: já servi ao exército, vou procurar emprego e meu pai é insuportável com suas cobranças, não aguento mais ouvir dizer com quem devo ter amizades e suas recomendações caretas e cafonas, só fica em meu ouvido blá,blá,blá…. Que coisa mais antiga! Vou embora dessa casa.

Aos 25 anos: já moro só, tenho que lavar e passar minhas roupas, com o salário curto, tenho pagar a faculdade e todas as contas e sair com as gatas, não dá, mas vou ter que pegar um empréstimo, mas espera ai? Se eu pedir um extra ao ve……será que ele vai dar? … Mas é claro que sim!

Aos 35 anos: já sou pai, gosto de tirar uma soneca no sofá e dizer: – Meu amor, peça às crianças para não fazer barulho que eu estou descansando. Ah, seria neste final de semana que sua mãe vai vir ficar conosco? Então, tome conta das crianças junto com ela, pois já assumi um compromisso há mais de um mês e preciso viajar com meus amigos para jogar aquela partida de futebol. Não fique chateada, volto na segunda- feira, beijos!

Aos 40 anos: acordo cedo, conto quantos anos ainda faltam para me aposentar, sempre que possível levo as crianças à escola, dias dos pais participo de gincanas na escola juntos com os outros pais (que saco!) e na frente dos amiguinhos deles participo da corrida de saco, ovo na colher, futebol, mesmo sendo “perna de pau”, e tenho que ser o primeiro colocado. Ensinar o dever de casa, tenho que fazer o supermercado, pagar contas de gás, luz, telefone, internet , carnês, mensalidade escolar, financiamento do imóvel, fazer manutenção e colocar gasolina no carro e ainda assim, minha mulher reclama da vida que leva…….

Sento no meu cantinho do sofá e faço uma retrospectiva da minha  infância até os dias de hoje e concluo: – “MEU PAI TINHA RAZÃO”.

                               
                                         Diretor-Presidente do SINCOMAM
                                                   Alcir da Costa Albernoz