Arquitetos elogiam obras de revitalização da Zona Portuária do Rio

Arquitetos elogiam obras de revitalização da Zona Portuária do Rio

Arquitetos do Royal Institute Of British Architects (Riba), do Reino Unido, e do Instituto dos Arquitetos do Brasil percorreram nesta quarta-feira (4) as obras de revitalização da Zona Portuária do Rio, o chamado Porto Maravilha, no centro da capital fluminense.

Durante a visita técnica, o diretor Internacional do Riba, Marcus Delley, acompanhou as obras do túnel da Via Binário, do Passeio Marítimo e do Museu do Amanhã. Nos próximos dias, o prefeito Eduardo Paes deve anunciar o prazo de conclusão das obras.

“Esta é a primeira de uma série de visitas que faremos. Os projetos que vi estão em fase inicial, mas parecem úteis e de muito valor, especialmente o túnel que desafoga o tráfego em diversas áreas importantes da cidade, o que é algo positivo. O Museu do Amanhã é bastante promissor e será interessante vê-lo concluído. Por enquanto, tivemos uma pequena amostra do que será”, disse Delley.

Arquitetos brasileiros informaram a Delley que apenas uma via do túnel da Via Binário é usada. De acordo com eles, quando o túnel estiver concluído, permitirá o tráfego diário de 55 mil veículos. Outra área visitada por Delley foi o Passeio Marítimo, parte do projeto Porto Maravilha.

De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto do Rio de Janeiro, Alberto Silva, a extensão do passeio, no trecho do Elevado da Perimetral, demolido em 2014, possibilitará, após o término das obras de revitalização, o reencontro com a paisagem da Baía de Guanabara. “É um verdadeiro resgate da arquitetura da cidade. Cariocas e visitantes redescobrem construções como o Moinho Fluminense, o Edifício Paranapanema e o Mosteiro de São Bento. A prioridade ao pedestre tem como símbolo maior a retirada da Perimetral e a liberação da frente marítima”, observou Alberto Silva.

Após o término das obras, a região receberá diversos empreendimentos comerciais, o que preocupa o presidente do Instituto dos Arquitetos, Pedro da Luz Moreira. Segundo ele, há necessidade de mais empreendimentos habitacionais na área, pois as torres corporativas reproduzirão o modelo do centro da cidade. Conforme Moreira, a região acaba tendo um uso estabelecido, que é o comercial, e a infra-estrutura instalada acaba morrendo.

“A cidade melhor é a de múltiplos usos, não a especializada no uso de grandes corporações. Todo investimento público acaba não realizando a cidade que queremos. Ela acaba sem uso nos fins de semana. Fica uma cidade morta. Misturar o uso habitacional às torres corporativas é importante. Estamos cobrando do governo municipal para que ele esteja atento e incentive o capital imobiliário”, concluiu Moreira.

Fonte: Monitor Mercantil