Dólar fecha em queda, voltando a se aproximar de R$ 3,60
O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira (30), voltando a se aproximar dos R$ 3,60, influenciado pela atuação do Banco Central, pelo cenário político brasileiro e por menores expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana recuou 0,47%, a R$ 3,6209, após recuar mais de 1% e atingir R$ 3,5986 na mínima do dia.
Atuação do BC
“O mercado está com fome para vender dólar e hoje não faltou motivo”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold, à Reuters.
O BC vendeu apenas 3 mil swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, da oferta de até 20 mil contratos nesta manhã, mesmo com a pressão de baixa sobre o dólar.
A estratégia da autoridade monetária vem confundindo alguns operadores, em meio a especulações de que poderia ter como objetivo evitar que a moeda norte-americana recue muito para proteger exportadores e, assim, as contas externas do país.
O mercado também espera qual será a estratégia do BC para a rolagem dos swaps tradicionais — equivalentes a venda futura de dólares — que vencem em maio, correspondentes a US$ 10,385 bilhões. O BC rolou apenas cerca de 67% do lote de abril, após promover sete rolagens integrais consecutivas.
Cenário externo e político
A queda do dólar vinha também em sintonia com os mercados externos, onde continuavam repercutindo declarações da véspera da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de que o banco central norte-americano deve adotar cautela para elevar os juros.
Eventual demora do Fed para apertar de novo a política monetária beneficiaria moedas emergentes, que oferecem rendimentos financeiros elevados.
A queda da moeda norte-americana perdeu um pouco de fôlego durante a tarde, com investidores adotando um pouco mais de cautela em relação à perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Muitos operadores avaliam que eventual troca no governo poderia ajudar a recuperação econômica, embora alguns ressaltem que o quadro de incertezas políticas gere entraves à confiança.
“A verdade é que não dá para ter muitas certezas com o noticiário político tão intenso”, disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Fonte: G1