IBGE prevê safra recorde de grãos de 240,3 mi de toneladas
As projeções para um recorde na safra de grãos em 2017 continuam aumentando e os últimos números relativos ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimam que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir 240,3 milhões de toneladas.
O resultado, além de ser recorde, é 30,1% maior do que o da safra do ano passado, que foi de 184,7 milhões de toneladas. Em relação às projeções de maio, houve um crescimento da produção de 1,7 milhão de toneladas (0,7%). Também as projeções em relação à área plantada cresceram 117,4 mil hectares, o equivalente a 0,2% em relação ao mês anterior.
A estimativa da área a ser colhida subiu 7% atingindo 61 milhões de hectares. Em 2016, a área colhida foi de 57,1 milhões de hectares. São esperados recordes na produção da soja e do milho. As previsões indicam que a safra da soja atinja 114,8 milhões de toneladas, resultado 19,5% maior do que a do ano passado, enquanto a do milho deverá atingir 97,7 milhões de toneladas, crescimento de 53,5%.
Em relação a 2016, houve crescimento de 2,3% na área a ser colhida da soja, de 17,7% no milho e 3,6% no arroz. Já as estimativas da produção do milho somam 97,7 milhões de toneladas. Estes três produtos representaram, juntos, 93,5% da estimativa da produção total da safra deste ano e 87,8% da área a ser colhida.
Avaliação
Na avaliação do gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Carlos Alfredo Guedes, chama a atenção que as estimativas de safra tenham ultrapassado as 240 milhões de toneladas, o que acontece pela primeira vez no país. Ele lembra o fato de que a safra de 2016 foi prejudicada pelas condições climáticas adversas e acabou ficando 11,9% menor do que a de 2015.
“O milho e a soja foram os principais responsáveis por esse novo patamar. No caso do milho, a segunda safra puxou a produção para cima e deve ser responsável pela maior parte da safra deste cereal em 2017. Em junho, estimamos que essa participação seja de 68,4%”.
Outra consequência dessa produção recorde da safra de milho pode ser o aumento das exportações. Segundo o gerente do LSPA, com a quebra da safra de 2016, o preço do milho subiu bastante e chegou a ficar mais alto no mercado interno do que no exterior e com isso, os produtores diminuíram as exportações.
“Com a alta da segunda safra, ficamos sem local para estocar o milho. Os produtores estão improvisando a armazenagem e até mesmo estocando o cereal a céu aberto”, disse.
Fonte: A Tribuna