Universidade de Oxford e AstraZeneca retomam testes com vacina contra coronavírus

Universidade de Oxford e AstraZeneca retomam testes com vacina contra coronavírus

Anúncio foi feito pela farmacêutica neste sábado (12) após suspensão de seis dias. Retomada vale para os ensaios feitos no Reino Unido

Os ensaios clínicos para a vacina contra o coronavírus feitos pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford foram retomados no Reino Unido. A medida foi adotada após a confirmação pela Autoridade Reguladora da Saúde de Medicamentos (MHRA) de que era seguro continuar com os testes.

O anúncio foi feito pela farmacêutica e pela universidade neste sábado (12), seis dias após os ensaios terem sido interrompidos porque uma voluntária teve reações adversas. Os testes estão na fase 3, a última necessária antes da aprovação da vacina.

Em todo o mundo, 18 mil pessoas tomaram doses da vacina. No Brasil, ela foi aplicada em 4,6 mil pessoas, sem reações.

Interrupção e segurança

Segundo o comunicado da empresa AstraZeneca, a interrupção ocorreu para revisar os dados de segurança por comitês independentes. “O comitê do Reino Unido concluiu suas investigações e recomendou à MHRA que os ensaios no Reino Unido podem ser retomados com segurança”, diz o texto.

“A AstraZeneca está comprometida com a segurança dos participantes do estudo e os mais altos padrões de conduta em estudos clínicos. A empresa continuará a trabalhar com as autoridades de saúde em todo o mundo e será orientada quanto outros testes clínicos podem ser retomados para fornecer a vacina de forma ampla, equitativa e sem lucro durante esta pandemia”, afirma a empresa, em comunicado.

Testes no Brasil

No Brasil, o estudo que já aplicou doses em 4,6 mil voluntários. A pesquisa é coordenada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em um comunicado, a Unifesp afirma que os voluntários “foram recrutados e vacinados, sem qualquer registro de intercorrências graves de saúde.”

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu informações oficiais do governo britânico e anunciou no sábado (12) que a retomada dos testes no Brasil foi aprovada.

“Após avaliar os dados do evento adverso, sua causalidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo, a Anvisa concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado”, disse à agência reguladora.

Compra de 30 milhões de doses

A vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, é tida pelo governo brasileiro como uma das principais apostas para a imunização contra o Covid-19 no país.

O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.

Além disso, o acordo inicial prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca para produção local na Fiocruz, com previsão do ministério de início ainda no primeiro semestre de 2021 –o que foi colocado em dúvida por especialistas ouvidos pelas Reuters devido à complexidade do processo de transferência de tecnologia.

Fonte: G1