Movimentação de cargas nos portos cresce 9,4% no primeiro semestre

Atividade portuária é transformada em arte em exposição na Portos do Paraná

Desta quarta-feira (17) até a semana que antecede o Natal, maquetes de embarcações feitas por artesãos locais enfeitam o hall, na entrada do Palácio Taguaré, em Paranaguá. Na sede administrativa da Portos do Paraná, o trabalho de Chimene dos Santos e Pedro Dario Perreira Netto, que representa a atividade portuária, está exposto para colaboradores da empresa pública e visitantes.

Eles não se conhecem. Porém, além da arte como hobby, da criatividade e da paixão pelas embarcações, Chimene e Pedro também têm em comum a atividade profissional: ambos trabalham no Porto de Paranaguá. Chimene dos Santos tem 34 anos. E a inspiração para começar a fazer barcos com palitos de sorvete e cola veio após o falecimento do pai, Levi dos Santos, em 2016. A maquete foi uma forma que ela encontrou para homenageá-lo. “Meu pai era estivador. E quando eu faço a maquete, é como se eu ficasse mais perto dele”, conta.

O amor ao trabalho portuário também deu “um empurrãozinho” à arte de Chimene. “Eu fiz um curso de auxiliar plataforma offshore. E minha primeira maquete foi um submersível de petróleo, que construí para as aulas. Inteirinha de palito de picolé”. Ela lembra que foram cerca de sete meses até acabar.

A primeira peça– que lhe rendeu prêmio no curso – foi doada para a empresa onde estudou. Mas, depois dessa, vieram outras que hoje estão em exposição na sede da Portos do Paraná. “Fiz uma balsa com guindaste e esteira, igualzinha à que eu trabalhava quando atuei nas obras de ampliação do pátio da TCP; uma caravela portuguesa, em homenagem às minhas origens; um barco, que não deixa de ser uma caravela, que reformei; e os esquadros de nós”, lista.

Chimene trabalha atualmente como inspetora de qualidade. A bordo dos navios, ele verifica se os porões estão aptos a receber as cargas. “Ando meio sem tempo, mas sigo tendo várias ideias agora que estou atuando novamente a bordo. São vários detalhes. Quero fazer um cargueiro, um shiploader, um rebocador, um guindaste com grab”, revela.

ENTALHE – Já a arte de Pedro Dario Perreira Netto, de 52 anos, é feita em madeira bruta. Também não é a principal atividade econômica de Pedro, que trabalha na Coamo, na área de logística. E antes de ir para o escritório, de 2000 a 2018, trabalhava a bordo dos navios afretados pela empresa, com supervisão dos embarques.

“As maquetes começaram como um hobby, mas hoje complementam a minha renda. Comecei por paixão à navegação, ao mar. A primeira foi aos 15 anos de idade”, conta. Mas na época, segundo Pedro, era algo mais simples; nada com a escala e perfeição que têm hoje.

“Esse processo de fazer o navio em escala começou no ano 2000. Ao final da operação do navio Samos Sky, primeiro navio afretado pela Coamo aqui no Porto de Paranaguá, eu ganhei a foto do agente marítimo. Analisando as imagens, lembrei que eu tinha uma madeira no meu carro, eu pensei em fazer e fiz um navio, esculpindo na madeira”. Como ainda conta Pedro, foram dois meses para completar esse primeiro trabalho.

Primeiro, na madeira bruta, ele esculpe o casco do navio. Depois, recobre com massa plástica e segue fazendo os detalhes com madeira, plástico e outros materiais. “Todo material que eu acho que podem ser usados na maquete, vou guardando”, diz.

Agora ele está testando uma nova técnica: a resina, que deve agilizar e aperfeiçoar ainda mais a arte. Pedro já fez embarcações como as da Marinha de Guerra, fragatas, submarinos, rebocador e até um porta-aviões americano (USS NIMITZ) para a diversão dos filhos Leonardo e Guilherme, que colecionam aviões caças.

“A importância de expor o meu trabalho aqui é que todos possam ter acesso ao artesanato, à arte em si. Sendo o nosso trabalho o porto, lidar com navios, é muito gratificante que outras pessoas saibam que aqui em Paranaguá tem gente que gosta tanto que até faz arte ligada ao porto”, comenta Pedro.

Chimene concorda: “é fundamental divulgar o trabalho dos artesãos locais; que aqui em Paranaguá fazemos trabalhos lindos que tem tudo a ver com a cidade e o porto”.

Fonte: Informativo dos Portos