Justiça embarga leilão de petroleira de Eike Batista
Pessoas e empresas que arremataram produtos no leilão da OGPar (Óleo e Gás Participações), do empresário Eike Batista, só poderão retirar os itens após autorização da Justiça.
Isso porque a petroleira (ex-OGX) está em processo de recuperação judicial e qualquer iniciativa que implique em venda de patrimônio deve ser autorizada pela Justiça.
Presidente da União dos Acionistas Minoritários da OGX (Unax), Adriano Mezzomo disse que a OGPar pediu autorização à Justiça para realizar o leilão.
O pedido, no entanto, não foi examinado a tempo. Mesmo assim a companhia levou o leilão adiante, apesar de saber que tecnicamente ele não poderia ser realizado.
“A Lei de Recuperação Judicial e Falência [Lei nº 11.101/05] prevê autorização prévia para leilão”, explicou Mezzomo.
Leilão
O leilão virtual acabou ao meio-dia da última quarta-feira (12) e todos os lotes foram arrematados, segundo a Sold Leilões.
Mais de 800 produtos estavam à venda, desde notebooks, cujo lance inicial era R$ 100, até cadeiras, mesas, armários, computadores e louças, com lances a partir de R$ 30.
A Sold confirma que aqueles que arremataram os produtos deverão aguardar decisão da Justiça para retirar os bens.
A empresa não informou quanto a OGPar arrecadou, mas pela soma dos lances mínimos, a renda obtida poderia superar R$ 76 mil, valor irrisório em comparação à dívida da petroleira, de quase R$ 20 bilhões.
Procurada, a OGPar informou, por meio da assessoria de imprensa, que não comentaria o assunto.
Minoritários
A expectativa dos acionistas minoritários da ex-OGX em receber algum dinheiro é quase zero por causa do plano de recuperação judicial que diluiu a participação de seus investidores.
Para se ter uma ideia, o próprio controlador da petroleira, Eike Batista, saiu de uma participação de 50% para apenas 5%.
Os olhos dos minoritários estão voltados ao processo de investigação por parte da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que, caso comprove a ingerência de Eike na companhia, pode determinar o ressarcimento dos danos financeiros gerados.
Fonte: Folha de São Paulo