Abarrancagem: Uma Prática Essencial na Navegação Fluvial da Amazônia e Pantanal

Abarrancagem: Uma Prática Essencial na Navegação Fluvial da Amazônia e Pantanal

A “abarrancagem”, uma técnica de atracação de navios que utiliza árvores como pontos de amarração, é uma prática comum e necessária nas regiões da Amazônia e do Pantanal, especialmente onde não há portos ou cais adequados. Esta metodologia não é amplamente conhecida em outras partes do Brasil, mas é vital para a navegação nos rios dessas áreas, tanto para operações militares quanto civis.

Técnica de Abarrancagem e Fundeio

Conforme explicado pelo Capitão de Corveta Vinícius Fagundes, a abarrancagem requer cuidados específicos, como a escolha de árvores grandes e resistentes para amarração das espias (cabos de atracação). Este processo é diferente do fundeio, que envolve a ancoragem do navio em um ponto fixo no leito do rio ou mar. Ambas as técnicas são essenciais para a estabilidade e segurança dos navios durante as missões.

Desafios e Adaptações na Navegação Fluvial

A navegação nos rios da Amazônia e do Pantanal apresenta desafios únicos, diferenciando-se significativamente da navegação marítima. No Pantanal, com rios mais estreitos, a transferência de carga leve se torna mais complicada, enquanto na Amazônia, embora os rios sejam mais largos, ainda existem restrições e cuidados, especialmente durante a navegação noturna, onde o risco de encontro com embarcações menores aumenta.

Experiência dos Marinheiros na Abarrancagem

O Suboficial Alexandre Siqueira dos Santos, mestre do navio, destaca que a abarrancagem é uma tarefa que requer habilidade especial, envolvendo a escolha cuidadosa da árvore apropriada e a execução correta das manobras. A segurança é uma prioridade em todas as operações, com a verificação constante dos equipamentos e o uso adequado de equipamentos de segurança individual.

Exemplos de Abarrancagem na Marinha Brasileira

A técnica é exemplificada pelo Navio-Transporte Fluvial “Almirante Leverger”, abarrancado no Pantanal, e pelo Navio-Patrulha Fluvial “Pedro Teixeira”, abarrancado no Rio Negro, no Amazonas. Estes exemplos demonstram a adaptabilidade e competência da Marinha do Brasil em operações fluviais, garantindo o cumprimento de missões em ambientes desafiadores.

Adaptabilidade e Perícia na Navegação Fluvial

A prática de abarrancagem reflete a adaptabilidade e a perícia necessárias para a navegação fluvial nas regiões únicas da Amazônia e do Pantanal. Esta técnica, embora menos conhecida fora dessas áreas, é um aspecto fundamental das operações navais e civis nesses rios, destacando a habilidade e o conhecimento dos marinheiros brasileiros.

Fonte: Defesa em Foco