Governo desiste de recorrer ao STF e vai indicar logo os nomes para CPI da Petrobras
Planalto não acredita que Supremo reforme a liminar da ministra Rosa Weber e a ordem é evitar a CPI mista
A cúpula política do governo não crê que o pleno do STF reforme a decisão liminar na ministra Rosa Weber. Por isso, alguns de seus integrantes querem que a CPI da Petrobras comece a funcionar o quanto antes. Acreditam que são grandes as chances da CPI ser Mista, porque os deputados não aceitarão ficar de fora. Mas o governo vai tentar evitar que isso ocorra e a ordem é indicar logo os nomes no Senado e instalar a comissão.
A tarefa política dos líderes governistas a partir de agora é quanto a indicação dos integrantes da CPI. Um deles comentou que “tem gente na base que é da base mas não é”. A composição da comissão, de acordo com o regimento, será de 10 senadores de partidos governistas e três da oposição. Se ela for Mista, serão acrescidos 10 deputados aliados e três a oposição. Em tese serão 20 votos contra seis, mas a oposição pode ter mais votos em virtude de defecções entre os aliados.
Os governistas acreditam que “a maioria vai manifestar sua vontade no interior da CPI”. E há os que não dão tanta importância ao seu funcionamento, sob o argumento de que a CPI já é uma realidade e já está a pleno vapor nas páginas da imprensa. “Não dá para deixar funcionar só a CPI da imprensa”, disse um líder aliado.
A bancada do governo tem dito que vai instalar outras CPIs, principalmente a que trata da Alstom e do Metrô de São Paulo, buscando atingir o PSDB. Na visão do Planalto, o que não dá é para investigar só a Petrobras. O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), foi a tribuna do Senado dizer que o objeto da CPI da Petrobras está determinado a um único fato determinado: a refinaria de Pasadena. O socialista se antecipa a tentativa dos petistas de incluir a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, por tratar-se de uma refinaria da Petrobras.
Fonte: O Globo