Considerado uma das maiores manifestações culturais do Brasil, o Festival Folclórico de Parintins gera um aumento exponencial no tráfego de embarcações de Manaus até a cidade de Parintins, no Amazonas. Nesse período, para contribuir com a segurança da navegação e a salvaguarda da vida humana nas águas interiores, todos os anos, a Marinha do Brasil (MB) intensifica as inspeções navais por meio da Operação “Parintins”.Na edição deste ano, no período de 24 de junho até esta terça-feira (2), a MB já vistoriou 550 embarcações, com mais de 109 mil passageiros a bordo. Uma parcela pequena, de 26 embarcações, apresentou irregularidades e foi notificada pela Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), Organização Militar subordinada ao Comando do 9º Distrito Naval, responsável pela coordenação da Operação. Outras duas embarcações foram apreendidas por não apresentarem as condições mínimas de segurança previstas. As ações continuam até esta quarta-feira (3).“A Operação ‘Parintins’ mostrou-se mais uma vez de suma importância para a região. Nós conseguimos chegar ao término do Festival com a missão cumprida, com o resultado que a gente esperava, visto que não tivemos registro de nenhum acidente, de nenhuma vida perdida e nenhum tipo de evento que comprometesse a segurança e a salvaguarda da vida humana”, disse o Capitão de Mar e Guerra Sandir Antônio de Freitas D’Almeida, Comandante da Força-Tarefa da Operação “Parintins 2024”.

Segundo o Comandante Sandir, foram empregados mais de 500 militares, 6 navios, 1 aeronave e mais de 20 embarcações rápidas na Operação. A MB intensificou as inspeções navais em quatro Postos de Fiscalização (PosF) ao longo dos rios Negro e Amazonas, nas cidades de Manaus, Itacoatiara e Parintins.
“Durante todo o decorrer do festival, os meios permaneceram na área da ilha de Parintins, mantendo as inspeções, as abordagens e as verificações necessárias para o acesso à ilha, de forma coordenada com os demais órgãos de segurança pública”, acrescentou.

Chapa Quente
Nas proximidades do Encontro das Águas, foi instalada a “Chapa Quente”, ponto estratégico para abordagem de todas as embarcações que saem do Porto de Manaus. Na estrutura, cerca de 200 militares se revezavam nas 24 horas do dia para conferir se todas as normas de segurança estavam sendo cumpridas.

Durante a inspeção, os militares verificaram se a embarcação possuía o “Passe” emitido pela CFAOC e se a lotação estava dentro dos limites seguros para o porte da embarcação. Para isso, era necessário que todos os passageiros descessem da embarcação para a contagem, com exceção de pessoas que necessitassem de cuidado especial, como grávidas e idosos. As embarcações de pequeno porte eram inspecionadas no meio do rio, por meio de lanchas rápidas e moto aquáticas da Capitania.

Outros pontos também eram verificados, como a existência de equipamentos de salvatagem para todos os passageiros, em boas condições de uso, e se a habilitação dos tripulantes estava regular. A estrutura da “Chapa Quente” foi disponibilizada para outros órgãos, como a Prefeitura de Manaus, Polícias Civil e Militar, Ministério Público do Trabalho, Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas, entre outros. Dessa forma, além dos aspectos relacionados à segurança da navegação, foi verificada a existência de diversos ilícitos.

“O planejamento e a execução de forma coordenada entre a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental e o Comando da Flotilha do Amazonas, com as demais organizações militares subordinadas ao Comando do 9º Distrito Naval, também se mostrou bastante eficiente. Principalmente com a estrutura de um Centro de Operações de Combate, onde nós conseguimos monitorar toda a nossa operação, o fluxo de informações, o comando e controle, que apoiou a tomada de decisões”, ressaltou o Comandante Sandir.

Vistorias especiais
Apesar do grande fluxo para o Festival de Parintins ocorrer na última semana de junho, os esforços da MB para garantir a segurança da navegação nesse período foram realizados desde meados do mês de abril, quando foram iniciadas as vistorias especiais. O procedimento consistia em inspeções navais prévias, mediante agendamento, para que os donos de embarcações pudessem ter tempo hábil de sanar irregularidades antes de realizar o transporte de passageiros a Parintins, garantindo a segurança da navegação e, ainda, agilizando a inspeção durante o Festival.

Cerca de 200 vistorias especiais foram realizadas entre os meses de abril e junho. A lista de embarcações que buscaram realizar o procedimento foi disponibilizado no site da Capitania  para que a população pudesse checar se o barco no qual faria a viagem estava regular e atendendo todos os parâmetros de segurança da Autoridade Marítima.

Fonte: Agência Marinha de Notícias