Petrobras quer reduzir custos e planeja usar navios mais leves e sistemas autônomos para perfurar poços de petróleo mais profundos

Petrobras quer reduzir custos e planeja usar navios mais leves e sistemas autônomos para perfurar poços de petróleo mais profundos

A Petrobras está intensificando seus esforços em inovação e tecnologia em navios leves para perfuração de poços offshore com um novo acordo de cooperação técnica com a GA Drilling, uma empresa eslovaca especializada em tecnologia de perfuração profunda. Este acordo inclui também o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, conhecido como Cenpes. O objetivo principal da parceria é reformular os sistemas de perfuração subterrânea, visando a redução dos custos e riscos associados à construção de poços em condições desafiadoras.

Tecnologia avançada da Petrobrás para poços offshore

A GA Drilling promete transformar a abordagem tradicional de perfuração ao utilizar um navio de intervenção leve para perfurar poços offshore profundos e complexos.

Atualmente, a construção desses poços geralmente requer plataformas semi-submersíveis ou navios-sonda, que são mais caros e menos ágeis. Com a nova tecnologia, é possível reduzir os custos de construção de poços em até 30%.

Igor Kocis, CEO e cofundador da GA Drilling, destacou que a colaboração com a Petrobras e o Cenpes permitirá acelerar o desenvolvimento das tecnologias.

“Juntos, os benefícios de nossas tecnologias de perfuração resultam em maior eficiência, levando a custos mais baixos, menor pegada operacional e, em última análise, menor risco geral”, afirmou Kocis.

Ele também mencionou que a parceria permitirá utilizar a infraestrutura e os ambientes de teste de ponta da Petrobras para avançar no desenvolvimento tecnológico.

Sistema de perfuração autônomo

O novo sistema proposto pela GA Drilling não só promete reduzir os custos, mas também melhorar a eficiência da perfuração.

A tecnologia permite substituir os tubos de perfuração convencionais por tubos contínuos em carretel. Isso reduz os perigos associados ao manuseio de tubos, o tempo de tripping (subida e descida dos tubos) e os riscos de controle do poço.

Além disso, a comunicação em tempo real por wireline com a superfície otimiza o processo de perfuração no fundo do poço, tornando-o mais eficiente e seguro.

A inovação em perfuração é vista como crucial para a transição energética para fontes de energia mais limpas e eficientes.

Kocis ressaltou que a melhoria nas operações atuais com tecnologias avançadas não só promove uma maior eficiência, mas também prepara o caminho para o futuro da energia limpa. “Investir em tecnologias de perfuração é crucial para uma transição energética suave e eficiente”, concluiu.

Automatização da frota de sondas da Petrobras

Recentemente, a Petrobras anunciou uma meta ambiciosa de economizar até US$ 100 milhões por ano até 2030 por meio da automatização parcial de sua frota de sondas de perfuração.

Esta iniciativa visa reduzir o tempo médio de perfuração de poços offshore, o que trará benefícios financeiros, de segurança e ambientais.

A automação será implementada de forma gradual, de acordo com os ciclos de contratação da empresa.

A automatização das sondas não apenas promete reduzir custos, mas também tem o potencial de aumentar a receita ao acelerar o cronograma de produção. No entanto, o sucesso desse avanço depende de vários fatores, incluindo a construção das unidades produtoras e a instalação do layout submarino.

Além disso, a perfuração automática contribuirá para aumentar a segurança, minimizando a exposição dos trabalhadores à área de perfuração com maior risco, conhecida como “red zone”.

Tecnologia a favor do setor de petróleo e gás

A parceria entre Petrobras e GA Drilling marca um passo significativo na evolução da tecnologia de perfuração de poços.

Com a utilização de navios mais leves e baratos e a introdução de sistemas de perfuração autônomos, a Petrobras não só visa reduzir custos, mas também melhorar a eficiência e segurança de suas operações.

Este avanço reflete o compromisso da empresa com a inovação e com a transição para um futuro energético mais tecnológico e inovador.

Fonte: Click Petróleo e Gás