Luiz Marinho aponta a informalidade e a baixa remuneração como desafios do trabalho contemporâneo

Luiz Marinho aponta a informalidade e a baixa remuneração como desafios do trabalho contemporâneo

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou nesta terça-feira (26) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro, da abertura do Seminário Internacional de Desenvolvimento e Mundo do Trabalho: desafios para as Políticas Públicas e Negociações Coletivas. Ao lado do presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, o ministro destacou o crescimento do emprego no país, ressaltando os desafios contemporâneos do trabalho, como a informalidade e a baixa remuneração. Nesta quarta-feira (28) o ministro anuncia em Brasília os números do emprego do Caged relativo ao mês de julho e adiantou que os dados “serão positivos para o país”.

O evento, que contou com a participação de especialistas do Brasil e de várias instituições internacionais e abordou os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento e o trabalho no Brasil, foi organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), centrais sindicais (CUT, UGT, FS, CTB, NSCT, CSB) e a Fundação Friedrich Ebert (FES).

O ministro ressaltou em sua fala aos participantes da importância dos investimentos públicos para a reindustrialização do país, que impactam diretamente na qualidade do emprego e na melhoria dos salários. Luiz Marinho defendeu o papel essencial dos bancos públicos e das estatais, como a Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica, que segundo destacou, são indutores de inovação e impulsionadores da indústria nacional, chmando atenção para os desafios contemporâneos do trabalho, como a informalidade e a baixa remuneração, além da necessidade de uma compreensão aprofundada dos movimentos atuais, propondo estratégias inovadoras para enfrentar as transformações aceleradas que impactam o mundo do trabalho.

Ele enfatizou também a importância de fortalecer a negociação coletiva e a representatividade sindical, além de promover políticas públicas de emprego, trabalho e renda adaptadas às novas realidades, acentuando a necessidade de um debate no Congresso sobre a reorganização das finanças sindicais para garantir o direito legítimo de contribuição para fortalecer o movimento sindical no Brasil.

“Queria chamar mais uma vez atenção de todo movimento sindical sobre a inclusão nas negociações de debates sobre aumento real de salário, em especial nos pisos salariais de cada categoria”, ressaltou Marinho.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o papel crucial dos bancos públicos na transição energética e na descarbonização da economia, frisando sobre a necessidade urgente de intervenção estatal para enfrentar crises climáticas e desastres naturais, como os incêndios em São Paulo e as enchentes no Rio Grande do Sul. Mercadante defendeu empresas públicas, como a Petrobras, contra pressões por privatizações, destacando seu papel central na economia brasileira e criticando “a visão simplista de que privatização é sinônimo de eficiência”.

No campo da tecnologia, Mercadante alertou para a necessidade de o Brasil desenvolver supercomputadores e capacitar-se na criação de modelos de linguagem (LLM) para inteligência artificial, enfatizando a importância de garantir a presença da cultura e economia brasileira no processamento de informações da IA, evitando uma “neocolonização digital”.

Christoph Heuser, representante da Fundação Friedrich Ebert no Brasil, destacou a importância de discutir a relação entre trabalho, mudanças no trabalho e democracia. “Esse seminário é de enorme importância, pois as transições profundas no trabalho têm um impacto significativo nas nossas vidas, especialmente na flexibilização das relações laborais, que frequentemente agrava a situação dos mais vulneráveis. Esses desafios não afetam apenas o trabalho individualmente, mas a sociedade como um todo, facilitando a atuação de atores externos”, afirmou. Ele ressaltou a responsabilidade dos países desenvolvidos, especialmente na Europa, de combater as desigualdades e promover uma transição justa e sustentável, reforçando a cooperação internacional através do diálogo.

Fonte: Agência Brasil