Preço do Petróleo Despenca inesperadamente. Mercado surpreendido por queda abrupta

Preço do Petróleo Despenca inesperadamente. Mercado surpreendido por queda abrupta

O preço do petróleo registrou uma queda significativa nesta sexta-feira (30), recuando mais de 2% e fechando a semana em baixa. A desvalorização reflete a influência de uma nova rodada de indicadores sobre a inflação nos Estados Unidos, que não alteraram as expectativas para a flexibilização monetária, além da continuidade dos planos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em manter a redução dos cortes voluntários na produção.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o preço do petróleo WTI para outubro caiu 3,11%, o equivalente a US$ 2,36, fechando o dia a US$ 73,55 por barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve uma perda de 2,40%, ou US$ 1,89, fechando a US$ 76,93 por barril. Na variação semanal, o WTI recuou 1,71%, enquanto o Brent mais líquido caiu 1,56%.

O petróleo chegou a apresentar alta no início do dia, mas inverteu o movimento e passou a cair após a divulgação dos dados da inflação do PCE (Personal Consumption Expenditures) dos Estados Unidos referente ao mês de julho. Embora os números tenham vindo em linha com as expectativas, os indicadores de renda pessoal e gastos com consumo superaram as projeções, aumentando as preocupações sobre uma possível postura mais rígida do Federal Reserve (Fed) até o final de 2024.
Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, explica que a pressão baixista observada nas negociações do petróleo nesta sexta-feira está diretamente relacionada às notícias de que a Opep+ seguirá firme em seu plano de aumentar a oferta de petróleo no mercado a partir de outubro. “O mercado, de maneira geral, tem mostrado uma alta sensibilidade nas últimas semanas, resultando em uma volatilidade significativa nos preços. Especificamente hoje, essa queda parece estar atrelada à perspectiva para o quarto trimestre,” analisa.
Além disso, analistas destacam que as interrupções pontuais na produção de petróleo na Líbia não têm força suficiente para impactar os preços no médio e longo prazo, já que a Opep+ possui estoques suficientes para compensar a ausência do óleo líbio. O ANZ Research aponta que os riscos de um consumo fraco na China no próximo ano continuam no radar dos investidores, superando as preocupações com as interrupções de curto prazo na oferta.

As preocupações com o médio prazo são reforçadas pelas projeções de que os saldos do petróleo para 2025 possam ser fracos, o que mantém o mercado em alerta. Ao longo desta semana, as expectativas de uma demanda desaquecida contribuíram para a queda nos preços, resultando em um recuo do petróleo em comparação com o fechamento da última sexta-feira.

Em suma, o cenário atual reflete um mercado de petróleo altamente volátil, influenciado por fatores macroeconômicos, como a inflação nos Estados Unidos e as decisões da Opep+, além das incertezas sobre o consumo global, especialmente em economias-chave como a China. Esse ambiente de volatilidade pode continuar pressionando o preço do petróleo nos próximos meses, exigindo cautela dos investidores e uma análise detalhada das condições econômicas globais.

Fonte: Click Petróleo e Gás