SP chega a 23 dias sem chuva e sistema Cantareira cai para 9,1% da capacidade

SP chega a 23 dias sem chuva e sistema Cantareira cai para 9,1% da capacidade

Na mesma data do ano passado, o índice era de 61,8%

A cidade de São Paulo está há quase 30 dias sem chuva significativa, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), da Prefeitura/SP. E as simulações meteorológicas não são nada animadoras, garantem os especialistas do centro.

O nível de armazenamento do Sistema Cantareira caiu 0,8% desde segunda-feira (5), e atingiu um novo recorde negativo de 9,1% de sua capacidade nesta sexta-feira (9). De acordo com informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível de água recuou pelo 19º dia consecutivo. Na mesma data do ano passado, o índice era de 61,8%.

Últimas previsões

Previsões indicam chuvas significativas apenas a partir do próximo dia 20, por conta da passagem de mais uma frente fria. Quem sofre com isso é o reservatório Cantareira, que opera com 9,1% da sua capacidade.

O manancial passa pela pior estiagem dos últimos 84 anos. Desde o início do mês choveu 0,3 mm na região – a média para maio é de 83,2 mm.

O sistema é responsável pelo abastecimento de parte da capital e de municípios da Grande São Paulo. No total, mais de 8 milhões de pessoas recebem água do Cantareira diariamente. O reservatório ainda atende aos municípios da região de Campinas, no interior do Estado.

A queda livre no indicador de capacidade do Cantareira só deve ser contida a partir do dia 15, quando as obras para utilização do chamado “volume morto” (reserva de água na zona mais funda das represas) estarão concluídas.

Utilização do volume morto do resevatório de Cantareira

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, chegou a afirmar que, com a utilização da água que fica da tubulação que capta o líquido dos reservatórios, o nível do Cantareira subirá 18,5%.

O problema, segundo especialistas, é que o uso do “volume morto” das represas do sistema Cantareira vai atrasar a recuperação dos reservatórios quando a chuva voltar. Isso se deve a uma espécie de “efeito esponja”, que ocorre em áreas muito secas que voltam a receber chuva.

Fonte: Folhapress