O navio-sonda de última geração, Atlantic Zonda, está prestes a iniciar uma nova fase em sua trajetória. Após a conclusão de todas as atualizações e testes, a embarcação está preparada para seguir rumo ao Brasil, onde dará início a um contrato de perfuração offshore com a Petrobras, com previsão de duração de 36 meses. A embarcação, que representa um importante avanço no setor de perfuração em águas ultraprofundas, reforça a capacidade da Petrobras em expandir suas operações no ambiente offshore brasileiro.

Características e preparativos do navio-sonda

Construído com base no design Samsung 96K, o Atlantic Zonda é um navio-sonda de sétima geração, especialmente projetado para realizar perfurações em profundidades de até 12.000 pés. Com seis propulsores de 4.500 KW cada, a embarcação conta com uma carga de gancho total de 1.250 toneladas e uma capacidade variável de convés de 22.000 toneladas, o que garante um desempenho robusto nas operações de perfuração offshore.

Antes de iniciar sua viagem ao Brasil, o Atlantic Zonda passou por uma série de preparativos cruciais. Entre as atualizações realizadas estão a instalação de sistemas essenciais, como o carboximetilcelulose (CMC) e o sistema de perfuração com pressão gerenciada (MPD), que são tecnologias vitais para aumentar a eficiência e a segurança das operações em ambientes complexos de perfuração.

Além disso, foram feitos aprimoramentos no veículo operado remotamente (ROV), responsável por auxiliar nas operações submarinas, e no sistema de secagem de cascalho, que é essencial para a remoção de resíduos durante a perfuração. Outras melhorias incluíram atualizações no sistema de posicionamento dinâmico (DP), que permite ao navio manter sua posição com precisão, e no sistema de controle de perfuração.

Adequação às normas brasileiras

Para operar nas águas brasileiras, o Atlantic Zonda também precisou se adequar às regulamentações locais. A reforma dos seis propulsores foi realizada para garantir o desempenho ideal da embarcação, e modificações adicionais foram feitas para atender aos padrões da indústria e às exigências específicas da Petrobras.

A embarcação também recebeu sistemas de gestão de segurança e manutenção, bem como um dossiê de segurança completo, que são requisitos essenciais para garantir o bom funcionamento do navio durante as operações de perfuração offshore no Brasil. A aquisição de peças sobressalentes, consumíveis e ferramentas específicas também fez parte do processo de preparação para a fase operacional.

A jornada do navio-sonda Atlantic Zonda

O Atlantic Zonda, anteriormente conhecido como Pacific Zonda, foi adquirido pela Eldorado Drilling em abril de 2023, após ser comprado do estaleiro Samsung Heavy Industries por cerca de US$ 200 milhões. O navio havia sido originalmente encomendado pela Pacific Drilling em 2013, mas o contrato foi cancelado em 2015. Desde então, a embarcação passou por um extenso processo de modernização e atualização para estar apta a operar no Brasil.

A gestão do Projeto Zonda ficou a cargo da Pelago Management, que conduziu o processo de entrega e atualização da sonda. Após a conclusão das melhorias contratuais no estaleiro Seatrium, em Singapura, o Atlantic Zonda realizou com sucesso os testes de mar no Mar da China Meridional, uma etapa crucial para garantir que o navio estivesse pronto para sua missão.

Colaboração com parceiros e próximos passos

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a Pelago Management expressou sua satisfação com o andamento do projeto e destacou a colaboração com diversos parceiros, incluindo a contratada de perfuração Ventura Offshore. A empresa também agradeceu aos envolvidos no projeto, como Seatrium, NOV, Kongsberg Maritime, DNV, e outros parceiros que contribuíram para o sucesso do Atlantic Zonda.

Agora, com os testes concluídos, o Atlantic Zonda está pronto para iniciar sua jornada rumo ao Brasil, onde passará por um programa de aceitação com a Petrobras. O contrato com a estatal brasileira marca um novo capítulo para a embarcação, que será fundamental para as operações de perfuração offshore da Petrobras nos próximos três anos.