Operação “Furnas 2024”: mais de mil militares brasileiros e 13 nações integram exercício no “Mar de Minas”

Operação “Furnas 2024”: mais de mil militares brasileiros e 13 nações integram exercício no “Mar de Minas”

Mais de mil Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (MB), com militares de 13 nações amigas, estão realizando diversos exercícios durante a Operação “Furnas 2024”, que ocorre no “Mar de Minas”, na cidade de São José da Barra (MG). A operação teve início nesta quarta-feira (16) e vai até o próximo domingo (20).Os militares da Alemanha, Argentina, Camarões, China, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Espanha, França, Itália, México, Nigéria, Países Baixos e Peru participam da operação apenas como observadores, não realizando exercícios. “Essa participação é fundamental como troca de experiência entre as Forças, principalmente para o caso da necessidade de uma operação conjunta entre países”, destacou o encarregado da Comunicação da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), Capitão de Corveta (Fuzileiro Naval) Raphael do Couto Pereira.

Além disso, a operação é dividida em três pilares que ocorrem simultaneamente: Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil; Operações Ribeirinhas; e qualificação e treinamento para manter o nível três da Organização das Nações Unidas (ONU) do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Força de Paz de Reação Rápida.Este é o primeiro ano que ocorre o Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil, que contou com mais de 100 pessoas de aproximadamente 30 agências. O evento visa promover o conhecimento mútuo sobre as capacidades e limitações das instituições envolvidas e fortalecer a cooperação em ações de assistência humanitária, sempre com a intenção de encontrar soluções preventivas e respostas eficazes em situações de potenciais desastres que possam ocorrer na região. Para isso, o Workshop conta com palestras ministradas pela Marinha e agências participantes, além de uma atividade prática, na qual as agências simulam uma situação real de assistência.

Conforme o Comandante da FFE, Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Roberto Rossatto, a ação da Defesa Civil e das demais agências de Minas Gerais sempre foram exemplares. “É um orgulho muito grande para a Marinha do Brasil poder se juntar a esse grupo de excelência que está aqui.”O Comandante da Tropa de Desembarque, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Dirlei Donizette Côdo, que está à frente da organização do evento, ressaltou que esta operação já está se tornando tradicional no estado de Minas Gerais e no calendário da MB, que se faz presente em São José da Barra. “Estamos desenvolvendo o primeiro Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil de Minas Gerais. No Rio Grande do Sul já estamos no quinto contingente, estamos desde abril ajudando o povo gaúcho, sofrido com as enchentes, por meio da Operação ‘Taquari II’. Trouxemos muito conhecimento dessa operação, e é justamente esse conhecimento que nós gostaríamos de compartilhar com a população e com as agências mineiras”, contou.

Já nas Operações Ribeirinhas, realizadas na Lagoa de Furnas, os militares participam de diversos adestramentos voltados para as águas interiores, o que inclui diversas técnicas, como assalto anfíbio, realizado com a utilização de Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf), no qual os militares saem dos veículos da água para a terra, e dominam a praia; técnicas de infiltração, como a espinha de peixe diurna e noturna, manobra na qual os Fuzileiros Navais carregam mochilas com cerca de 50 kg cada, além de seus armamentos, enquanto fazem uma incursão nadando, presos por cordas, no formato de uma espinha de peixe e rapel de aeronave, no qual os militares descem de helicópteros UH-15 Super Cougar para realizar uma infiltração na área inimiga.

Outra parte da operação é a qualificação e treinamento para manter o nível três da ONU do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Força de Paz de Reação Rápida, nível esse que apenas essa tropa possui em todo o País. “Mas o que é isso? A ONU exige que os países que enviam tropas para qualquer local do mundo tenham algum dos três níveis de certificação, sendo o nível três o maior de todos, pois caracteriza que a tropa é de pronto-emprego. Quando a ONU pede por auxílio, exige-se que enviemos os militares em um período de 30 a 90 dias, de forma expedicionária, a fim de que a tropa consiga se manter em qualquer local do mundo”, salientou o Comandante do 3º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão “Paissandu”), Capitão de Mar e Guerra (FN) Leandro de Lima Santos, responsável pelo treinamento.

Fonte: Agência Marinha de Notícias