Polícia Civil cruza os braços por 24 horas em, pelo menos, sete estados

Polícia Civil cruza os braços por 24 horas em, pelo menos, sete estados

Paralisação deve ocorrer no Rio, em Minas e na Bahia. No Pará e no Piauí, os policiais militares também vão parar 

Sete sindicatos e associações de policiais civis confirmaram ontem que farão paralisações de seus serviços nesta quarta-feira. O movimento, que tem por objetivo reivindicar melhores salários, condições de segurança e infraestrutura, promete afetar os estados de Rio de Janeiro, Minas, Bahia, Rondônia, Santa Catarina, Pará e Piauí, e também no Distrito Federal. O número pode crescer ao longo do dia. Segundo o G1, também aderiram à greve Alagoas, Paraíba e Sergipe. A adesão da Polícia Militar ao movimento não foi tão ampla. Estão previstas paralisações apenas nos estados do Piauí e do Pará.

No Rio de Janeiro, representantes de classe da Polícia Civil afirmaram que vão aderir à paralisação de 24 horas prevista para hoje. As associações ligadas à Polícia Militar informaram, por sua vez, que não haverá greve da categoria. Em São Paulo, até às 20h de ontem, não havia indicativo de paralisação em nenhuma das forças de segurança. Em Minas Gerais, a Polícia Civil só atenderá a casos prioritários. Segundo Roberto Coelho, gerente de informação do Sindpol, ocorrências de assalto e furto de veículos não serão feitas. Viaturas descaracterizadas, usadas em investigações, vão ficar nos pátios. Coelho ainda não arrisca o nível de adesão, mas acredita que o ato vai impactar nas 853 cidades do estado. O sindicato divulgou uma cartilha para orientar os policiais sobre os serviços essenciais.

Na Bahia, os representes da categoria informaram que haverá um efetivo mínimo de 30% de policiais no atendimento a prisão em flagrante, levantamento cadavérico, crimes contra a criança e contra a vida. No Espírito Santo, só os delegados vão trabalhar. Em Santa Catarina, apenas serviços de emergência e urgência deverão ser mantidos.

No Rio Grande do Sul, o cenário é bem diferente. O sindicato dos policiais civis optou por não aderir ao movimento nacional por já ter suas reivindicações atendidas pelo governo. Apesar disso, com cerca de 5 mil agentes, a categoria ainda reclama do baixo número de servidores e da demora na nomeação dos concursados. Mesmo sem greve, a categoria disse estar solidária ao movimento nacional por melhores salários.

No sábado, a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) divulgou um panfleto intitulado “A segurança pública pede socorro”. Nele, destacava os altos índices de violência do país, como a taxa de 27,4 mortes para cada 100 mil pessoas e criticava o baixo efetivo policial.

No Pará e no Piauí, os policiais militares vão parar. O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM do Piauí, cabo Agnaldo Oliveira, informou ontem que todo o efetivo, de 5.400 homens, vai aderir à paralisação nacional da categoria.

— Os soldados só vivem doentes porque com o dinheiro do auxílio-refeição só podem comer espetinhos de gato nas ruas, e a gente sabe que comida de rua não tem procedência, e muitos adoecem. Uma refeição não custa menos de que R$ 12 ou R$ 14 — disse ele.

Fonte: O Globo / Foto: divulgação Polícia Civil Rio