Marinha de Israel faz ataques direcionados em Gaza

Marinha de Israel faz ataques direcionados em Gaza

Míssil israelense a escola da missão da ONU no norte da Faixa de Gaza, deixando 15 mortos na quinta-feira (24) passada. Após negociações, Israel e Hamas aceitam cessar-fogo de 12 horas

Forças de artilharia e da Marinha de Israel bombardearam intensamente, na sexta-feira (18) passada, as regiões norte e sul da Faixa de Gaza, cenário de fortes combates ao amanhecer entre milicianos e soldados desde o início da operação terrestre no território palestino, que começou na quinta (17) às 16h (horário de Brasília).

As zonas mais castigadas são os bairros mais ao norte de Beit Hanoun e Beit Lahia, locais que Israel pediu que a população abandonasse há alguns dias. Também foram atingidas localidades no sul da Faixa, como Khan Yunes e Rafah, esta última próxima da fronteira com o Egito.

Na operação terrestre participam milhares de unidades de infantaria, tanques e outros veículos blindados, sapadores e engenheiros, estes últimos especialistas em detonações subterrâneas, um dos principais alvos da missão.

As tropas têm o apoio da Marinha de Guerra e da Aviação em uma operação que – segundo responsáveis israelenses – também conta com a participação dos serviços secretos.

De acordo com responsáveis militares, o objetivo da incursão é destruir a capacidade militar das milícias, em particular a estrutura bélica do Hamas, e evitar o lançamento de foguetes. Cerca de 120 projéteis foram lançados pelas milícias palestinas contra território israelense nas últimas horas.

Vítimas

mortes GazaO prédio pertencente à escola da missão da ONU no norte da Faixa de Gaza, também foi atingido por um míssil deixando 15 mortos na última quinta-feira (24).

Segundo declarações dos médicos palestinos, no edifício da escola, na cidade de Beit Hanoun, estavam centenas de refugiados que tentaram escapar dos combates, afirma o relatório.

Relata-se que os mísseis foram lançados a partir de um blindado israelense . Entre os mortos estão crianças e funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou em comunicado a morte de funcionários no ataque israelense contra a escola e condenou o ato.

Trégua

O governo israelense e o Hamas aceitaram na útlima sexta-feira (25) um cessar-fogo com duração de 12 horas em Gaza. A trégua, que teve início neste sábado (26) às 8h locais (2h de Brasília), foi intermediada pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry.

Mais cedo, uma proposta de um cessar-fogo mais longo, de sete dias, foi rejeitada pelo governo israelense, segundo a imprensa.

Protestos

Ainda na última sexta-feira (25), ativistas convocaram um “dia de fúria” em reação às mais de 800 mortes de palestinos na ofensiva israelense na Faixa de Gaza, enquanto cresciam os esforços diplomáticos por um cessar-fogo no conflito.

A convocação se seguiu a uma noite violenta na Cisjordânia, que até agora não vinha concentrando atos de violência ou grandes protestos relacionados à ofensiva em Gaza. Segundo o repórter da BBC Jon Donnison, nos arredores da cidade de Ramallah, mais de 10 mil palestinos protestaram rumo a Jerusalém e enfrentaram soldados israelenses.