Estaleiro Eisa deve suspender contrato de 3.500 operários

Estaleiro Eisa deve suspender contrato de 3.500 operários

O estaleiro Eisa, do grupo Synergy, controlado pela família Efromovich, deve suspender o contrato de trabalho de todos seus 3.500 funcionários por 90 dias, o chamado layoff. Eles não recebem salários há dois meses. A decisão deve ser oficializada nesta quinta-feira em reunião com o Ministério Público do Trabalho e o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro.

O Eisa acredita que três meses serão suficientes para resolver a crise que o estaleiro enfrenta desde abril. Três propostas estão em negociação para tapar um rombo de R$ 200 milhões: captação de recursos com INVESTIDORES estrangeiros, busca de novos sócios ou venda de ativos do grupo.

As dificuldades começaram quando a venezuelana PDVSA deixou de honrar o pagamento referente à encomenda de dez navios. Do US$ 1 bilhão devido, a petroleira pagou US$ 200 milhões até agora. A situação se agravou quando a Procuradoria da Fazenda conseguiu bloquear na Justiça cerca de R$ 40 milhões do Eisa porque outra empresa do grupo, o estaleiro Mauá, estava devendo impostos ao Fisco. A gota d´água foi uma greve que paralisou as atividades do estaleiro por 45 dias.

— Temos uma carteira de encomendas de US$ 1,5 bilhão. Nosso problema não é insolvência, é de liquidez. Só precisamos de tempo para resolver. Acreditamos que em 90 dias conseguiremos solucionar essa questão — diz Omar Peres, conselheiro do grupo Synergy e designado por Gérman Efromovich para reestruturar o Eisa.

Com um fluxo de caixa negativo de R$ 200 milhões. A esperança era um empréstimo-ponte desse montante pedido à Caixa Econômica Federal, que foi negado nesta terça-feira. Nenhum representante do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio foi encontrado.

Fonte: Extra Rio