Licenciado da Presidência da Transpetro, o executivo Sérgio Machado deixará o cargo em definitivo esta semana. Ele é o único dirigente do atual comando da Petrobras e subsidiárias que teve o nome relacionado diretamente ao esquema de propinas investigado na Operação Lava Jato. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, o ex­diretor Paulo Roberto Costa disse que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado, como parte do esquema de pagamento de propina envolvendo a estatal.

Costa também prestou depoimento na última sexta-feira (28) a promotores do Ministério Público do Rio em outro inquérito, de 2010, que investiga a suposta evolução patrimonial incompatível com a renda do presidente da Transpetro. A ação de improbidade administrativa acusa Machado de fraudar licitação para a compra de 20 comboios, no valor de US$ 239 milhões, para transporte de etanol. Em outubro o Ministério Público pediu à Justiça que decretasse seu afastamento e o bloqueio de seus bens.

Machado tem 68 anos, é administrador de empresas e economista e filho de tradicional família cearense de Crateús. Sempre foi um chefe exigente, exigindo que sua equipe estivesse disponível a qualquer hora do dia ou da noite.Ele chegava às 9 horas e saía meia­noite. Mas era comum varar a madrugada trabalhando.

Ex-deputado e ex-senador, Machado gosta de discursar e sempre se apresentava como o pai do Programa de Renovação e Expansão da Frota (Promef) na Petrobras, projeto de contratação de navios e responsável pela retomada do setor naval. Ele gostava tanto do Promef que, da sua sala, acompanhava as obras em tempo real, por uma tela instalada na parede.

Fonte: Alagoas247