Após demissões no Polo Naval, grupo faz protestos em Rio Grande
Manifestantes ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos realizam protestos na manhã desta quinta-feira (12) em Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre os manifestantes, estão trabalhadores que foram demitidos do Polo Naval do município. Com a Operação Lava-Jato, o número de empregos diminuiu na cidade. As quatro empresas que gerenciam os estaleiros do Porto são investigadas pela Polícia Federal (PF).
O transporte público na cidade é prejudicado. Parte do grupo está em frente à garagem da companhia responsável pelos ônibus. A prefeitura, porém, afirmou que vai assinar um decreto autorizando empresas particulares a colocarem coletivos à disposição da população, com passagem no mesmo valor de R$ 2,70. No transporte hidroviário, as balsas utilizadas pela comunidade no trajeto entre Rio Grande e São José do Norte estão paradas.
Na BR-392, ocorrem bloqueios em pelo menos dois pontos. No km 3, onde está a Ponte dos Franceses, o trânsito estava em meia-pista por volta de 8h, assim como no km 8. Inicialmente, os policiais estavam informados sobre bloqueios também em frente ao Tecon Rio Grande, mas isso não ocorreu. A manifestação é pacífica até o momento, conforme a PRF.
Crise na Petrobras reduz emprego
A crise na Petrobras causa impacto em Rio Grande. Dono de um extenso polo naval, é o município gaúcho com os maiores investimentos da Petrobras no estado. Com a suspensão dos novos contratos com empresas citadas em denúncias de corrupção, o nível de atividade portuária diminui. O número de trabalhadores já caiu de 18 mil, em 2013, para 7 mil.
As quatro empresas que gerenciam os estaleiros do Porto de Rio Grande são investigadas na Operação Lava-Jato. O Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, que representa os trabalhadores, promete mobilizações para que a Petrobras garanta novas obras para o porto gaúcho. “Ou a gente cai na rua agora e faz essa mobilização, ou pegamos a mochila e vamos embora para casa porque acabou tudo”, diz o presidente da entidade, Benito Gonçalves.
A baixa no número de empregados causa impacto em diversos setores, entre eles o imobiliário. Antes, faltavam opções de moradia para os trabalhadores que chegavam de fora da cidade, principalmente de outros estados. Atualmente, muitas residências que antes estavam ocupadas estão à venda ou disponíveis para aluguel.
Fonte: G1 / Foto: Agência Petrobras