OSX quer atingir "bom valor" com venda de plataforma, diz presidente

OSX quer atingir “bom valor” com venda de plataforma, diz presidente

A OSX, empresa de construção naval fundada pelo empresário Eike Batista e que está em recuperação judicial, já possui dois acordos de confidencialidade assinados com potenciais compradores da plataforma de produção e armazenamento de petróleo e gás natural OSX-1, afirmou o presidente da OSX Brasil, Eduardo Farina, nesta quarta-feira.

“É um ativo que podemos conseguir um bom valor. Foram assinados dois acordos de confidencialidade com compradores para essa plataforma. Eles estão analisando do ponto de vista técnico ainda”, afirmou o executivo, em reunião na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio de Janeiro.

Farina, no entanto, reconheceu que o momento no mercado petrolífero não é favorável para a aquisição de plataformas. “Os investimentos em prospecção caíram para um terço do estágio [patamar] anterior [à queda dos preços do petróleo]”, disse ele.

A OSX-1 deixou de produzir no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos (RJ), em novembro, e está em desmobilização. Segundo o executivo, a plataforma deverá partir para a Noruega na primeira semana de janeiro, no âmbito do esforço da companhia para vender a unidade.

Sétimo presidente da OSX em cinco anos, Farina reconheceu que foi um “erro capital” a empresa ter sido criada para atender um único cliente, a petroleira Óleo e Gás Participações (OGPar, antiga OGX), que também foi criada pelo empresário e que pediu igualmente proteção judicial contra execução de dívidas. “A nova fase da empresa pretende justamente diversificar essa base [de clientes] para mitigar riscos e aumentar a receita”, afirmou.

Segundo o executivo, o esforço comercial da empresa vai mirar principalmente no mercado de reparos navais. “Há 530 embarcações PSVs [navios de apoio petrolífero] no Brasil. É um mercado carente de capacidade de reparos. Muitos [barcos de apoio] cruzam o Atlântico para obter serviço na Europa”, disse.

Segundo ele, a OSX passou por uma redução dramática de quadro de pessoal. No escritório, o número de funcionários passou de 53, em janeiro, para 22, em setembro. No porto da empresa, a expectativa é encerrar o ano com 19 funcionários, frente aos 86 que trabalhavam no início de 2015. E na área de serviços, que atua na OSX-1, o contingente, que começou o ano com 235 funcionários e atualmente está em 40, será todo desmobilizado no fim do ano.

“A desmobilização ocorreu no melhor clima possível. Não houve ações trabalhistas”, afirmou. “Tem sido um momento difícil, mas a companhia está olhando para a frente”, disse.

Fonte: Valor