Aliança Pacífico encerra cúpula com apelo solitário do Chile por diálogo com Mercosul

Aliança Pacífico encerra cúpula com apelo solitário do Chile por diálogo com Mercosul

Os presidentes da Aliança do Pacífico, bloco comercial formado por Chile, Colômbia, México e Peru, realizaram nesta última sexta-feira (20) a IX cúpula em Nayarit (México) dando boas-vindas à socialista Michele Bachelet, que insistiu na “necessidade” de abrir a área de livre-comércio ao Mercosul.

Em sua estreia no bloco, a presidente chilena pediu maior abertura ao Mercosul. “Temos que continuar avançando na nossa relação com a Ásia-Pacífico e em relação a outras instâncias da nossa região, como o Mercosul”, ressaltou Bachelet no encerramento da cúpula, na qual os quatros presidentes assinaram a Declaração de Punta Mita.

“Achamos que, apesar das legítimas diferenças, é possível um acordo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul. Não só nos parece possível, como acreditamos que seja necessário”, insistiu a mandatária, argumentando que a região tem a “grande oportunidade” de progredir em meio à diversidade e de transformar o Pacífico em “porto e ponte para toda a América Latina.

Embora já haja uma reunião ministerial entre os países da Aliança e do Mercosul marcada para o final de julho, em Cartagena de Índias (Colômbia), os presidentes de México, Colômbia e Peru se esquivaram do debate proposto pela líder chilena.

Abertura vs. protecionismo – A Aliança é um “espaço aberto, buscamos a integração (…) mas também não é um espaço ideológico e talvez por isso tenhamos avançado na resolução de problemas”, considerou o presidente peruano, Ollanta Humala. “Essa é a diferença que nos permite avançar a uma velocidade importante e sustentável”, acrescentou.

O pragmático bloco do Pacífico, fundado em 2011 com clara vocação para o livre-comércio e com interesse no mercado asiático, se converteu em apenas três anos em uma referência para os investidores, por sua estabilidade, tendência à abertura comercial e rapidez nas negociações dos acordos. Já o Mercosul é conhecido por sua política protecionista.

Nos dias de reunião preparatória da cúpula, com a participação de ministros e chanceleres, os integrantes da Aliança afirmaram que o bloco está aberto à proposta chilena de dialogar com o Mercosul. No entanto, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, reconheceu na quinta-feira que uma eventual adesão dos membros sul-americanos estaria “muito longe” e provavelmente fora dos objetivos destes países.

Somente Uruguai e Paraguai são observadores da Aliança do Pacífico, bloco que exige tratados de livre-comércio (TLC) com os países fundadores para a adesão como membro pleno.

Analistas consideram que a desaceleração brasileira, a complicada solvência da Argentina e os altos índices de inflação da Venezuela seriam contraproducentes para as economias estáveis da Aliança do Pacífico.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Da AF