Quatro pessoas ainda estão desaparecidas. Na madrugada, houve alagamento na sala de máquinas

A Agência Nacional de petróleo (ANP) informou na manhã desta quinta-feira que são 26 os feridos na explosão de uma casa de bombas da plataforma Cidade de São Mateus, que a BW Offshore opera para a Petrobras no litoral do Espírito Santo.

A ANP também confirmou que cinco trabalhadores morreram e que há quatro desaparecidos — mesmo balanço informado pela BW Offshore.

Um helicóptero da Marinha conseguiu encontrar mais um corpo na noite desta quarta-feira, de uma vítima que estava contabilizada até então entre os desaparecidos. A nota informa ainda que os bombeiros estão sem acesso à casa de bombas, onde ocorreu a explosão.

“Os dez bombeiros e as três pessoas que estavam a bordo tiveram que deixar a plataforma por volta das 2h30 da madrugada devido ao alagamento na sala de máquinas, que é contígua à sala de bombas. A plataforma ficou sem tripulação. Às 3h30, 80% do casco havia sido escaneado sem identificar danos (a água na sala de máquinas provavelmente foi proveniente da rede de incêndios)”, informou a ANP.

O acidente ocorreu às 12h50m de quarta-feira. A plataforma estava a 120 quilômetros da costa do Espírito Santo e operava desde 2009 nos campos de Camarupim e Camarupim Norte.

A Polícia Federal e a Capitania do Portos anunciaram que vão abrir inquérito para investigar as causas do acidente. O Ministério Público do Trabalho também instaurou inquérito para verificar se os funcionários do navio-plataforma estavam em situação de trabalho precário.

Os trabalhadores feridos sofreram queimaduras, fraturas múltiplas e inalaram fumaça quente. O primeiro barco trazendo os sobreviventes chegou ao porto de Cabuapa, em Vila Velha, na noite desta quarta-feira, trazendo os 33 primeiros trabalhadores. Eles foram transportados em um barco resgate da própria plataforma.

BW Offshore será notificada

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), a BW Offshore atuava de forma irregular. De acordo com a entidade, que está tentando notificar a empresa, o registro no Crea é obrigatório para esse tipo de operação.

Outra irregularidade apontada pelo Crea-ES é que a BW Offshore não constava na listagem de empresas contratadas pela Petrobras enviada ao órgão. “Caso a offshore não tome medidas para regularização, após receber a notificação do Crea, a empresa será multada”, afirma nota enviada pelo Conselho.

Petrobras responderá por explosão, diz ANP, enquanto Planalto responsabiliza BW

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou nesta quinta-feira que abriu um processo administrativo contra a Petrobras para apurar as causas do acidente no navio-plataforma Cidade de São Mateus, no Espírito Santo.

Segundo a ANP, o processo administrativo é sempre feito contra a empresa operadora do campo, que neste caso é a Petrobras, independentemente de a plataforma ser alugada. Uma explosão na sala de máquinas deixou pelo menos cinco mortos e 25 feridos, além de quatro desaparecidos até o momento.

Duas equipes da ANP estão em Vitória, uma acompanhando na sala de crise e outra se preparando para embarcar para a plataforma. Para o Palácio do Planalto, segundo uma fonte ouvida pela Reuters, não havia ficado claro o suficiente nas explicações prestadas pela Petrobras que a operação do navio-plataforma era de responsabilidade da BW Offshore.

Fonte: O Globo