Balsa que naufragou na Coreia do Sul mudou de rota, dizem autoridades

Balsa que naufragou na Coreia do Sul mudou de rota, dizem autoridades

Pelo menos nove pessoas morreram e 290 estão desaparecidas

A balsa que naufragou na manhã de quarta-feira (16) na Coreia do Sul e que ainda tem cerca de 290 passageiros desaparecidos fez um desvio e uma mudança brusca na rota recomendada, informou nesta quinta-feira (17) a Guarda Costeira do país, o que poderia trazer novos elementos sobre as possíveis causas de um acidente que comoveu os coreanos e no qual morreram nove pessoas, segundo novos dados oficiais.

Após interrogar o capitão e outros membros da tripulação, funcionários da Guarda Costeira sul-coreana informaram à imprensa do país que a balsa com 475 passageiros, a maioria estudantes, fez um desvio na rota recomendada pelo governo entre o porto de Incheon, no noroeste do país, e a ilha de Jeju, no sul.

Além disso, segundo as autoridades, o barco teria realizado uma mudança brusca de direção ao invés de girar de forma gradual nas águas do litoral sudoeste da Coreia do Sul.

Essa mudança poderia ter causado o deslocamento de parte da carga, o que teria desequilibrado a balsa e provocado o acidente, segundo uma nova hipótese de especialistas que ainda não foi verificada.

Um agente da Guarda Costeira disse que o capitão da balsa, Lee Joon-seok, de 69 anos, foi indiciado em inquérito. Há relatos não confirmados de que ele teria sido o primeiro a abandonar o barco. Vários sobreviventes indicaram ainda que a tripulação ordenou a todos que ficassem em seus lugares após o acidente.

A disciplina é estrita no sistema escolar sul-coreano e a autoridade respeitada, o que leva a imprensa a concluir que os estudantes com certeza obedeceram as ordens sem protestar.

As primeiras avaliações sobre o acidente afirmam que a balsa Sewol colidiu com uma rocha ou um recife submarino, o que teria partido seu casco e provocado a entrada de água, mas várias outras hipóteses foram ventiladas sobre os motivos do naufrágio.

Em todo caso, o governo sul-coreano anunciou que não começará as investigações, nem vai oferecer conclusões, até que sejam concluídos os trabalhos de resgate.

Buscas

Mais de 500 mergulhadores continuam nesta quinta com as buscas pelos 287 desaparecidos que teriam ficado presos na embarcação, com poucas chances de que haja algum sobrevivente, enquanto o número de mortos confirmados chegou a nove e o de resgatados com vida a 179.

Fonte: G1 / EFE