BG mantém sua aposta no pré-sal do Brasil

O presidente da BG para América do Sul, Nelson Silva, disse que a queda do preço do barril do petróleo não será o ponto determinante para definir o apetite da empresa em investir ou não no Brasil. A petroleira britânica é a maior parceira da Petrobras no pré-sal e a principal produtora privada de óleo e gás do país.

“É claro que quanto maior o preço, maior é a margem e as petroleiras ficam mais satisfeitas, mas o que preocupa mesmo é estabilidade de regras. Isso é o que fundamentalmente determina o apetite e a decisão de investir ou não no país”, afirmou Silva.

O executivo explicou que o ponto de equilíbrio (“break even”) dos projetos no Brasil gira em torno dos US$ 40 o barril, o que coloca os investimentos no país numa margem “segura”. “Olhando para os custos de produção no mundo, não somos produtores de alto custo, somos de baixo custo. Não tão baixo quanto a Arábia Saudita, mas na média somos produtores de baixo custo”, complementou.

Para Silva, o principal peso na decisão de investimento está no ambiente regulatório. “Temos visto mudanças de regras, ainda que os contratos estejam sendo respeitados. Isso não passa despercebido para o investidor, na hora de comparar com outros países”, comentou o executivo, que vê desafios também na política de conteúdo local e na disponibilidade de mão de obra.

Silva destacou, ainda, que, “em breve” o país se tornará sua principal fonte de produção. Atualmente, a BG produz cerca de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia) no Brasil, ou seja, quase 20% da produção global da britânica, de 600 mil BOE/dia.

“Vamos conectar novos poços nos projetos do pré-sal até o fim do ano e chegar a 120 mil BOE/dia. Em breve devemos superar o Reino Unido como principal ativo”, disse o executivo.

A britânica é sócia da Petrobras nos principais projetos do pré-sal, como Sapinhoá (BM-S-9) e Lula (BM-S-11). A companhia também detém, como operadora, participação em mais dez áreas na Bacia de Barreirinhas.

Mesmo comprometida com aportes de US$ 3 bilhões/ano no pré-sal, a petroleira vê espaço para Barreirinhas. “Na hora que nossa curva de investimento começa a diminuir no pré-sal, nossa geração de caixa aumenta e encaixa bem com a perfuração em Barreirinhas”, explica.

Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio