Chefe da Marinha dos EUA renuncia após crise em gestão de casos de Covid-19
O secretário interino da Marinha dos Estados Unidos, Thomas Modly, renunciou ao cargo nesta terça-feira (7), após a polêmica gerada ao insultar e retirar de função o capitão de um porta-aviões que havia pedido ajuda para lidar com um surto de Covid-19 a bordo.
A renúncia vem depois de Modly ter sido duramente criticado por ter viajado na segunda-feira a Guam, território insular americano no Oceano Pacífico, e ter falado com militares que servem no porta-aviões de propulsão nuclear USS Theodore Roosevelt, que era comandado pelo capitão da Marinha Brett Crozier, o qual acusou – na frente dos demais – de ter vazado a denúncia à imprensa.
Crozier foi destituído na quinta-feira passada do comando do navio, atracado em Guam, após ter escrito uma carta na qual advertia que os superiores precisavam agir com rapidez para salvar quem estava no porta-aviões. O surto do novo coronavírus entre os 4.865 membros da tripulação já causou 170 contágios confirmados de Covid-19, incluindo o próprio Crozier.
Os comentários de Modly, como antes ocorreu com a carta de Crozier, vazaram à imprensa e geraram críticas de congressistas e parentes dos tripulantes, que dias antes se despediram de seu superior como um herói, com demonstrações de carinho e respeito. Na noite de segunda-feira, Modly teve que publicar um pedido de desculpas a Crozier por tê-lo insultado, por solicitação do secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper.
Quase mil integrantes da tripulação do USS Theodore Roosevelt desembarcaram na semana passada na base naval de Guam, e outros 1,5 mil fizeram o mesmo no último fim de semana para iniciar uma quarentena em hotéis da ilha, após testarem negativo no exame para coronavírus.
Fonte: UOL/EFE