Codern apresenta estudo para implantar cabotagem

Um estudo para auxiliar na implantação de uma linha de navegação de cabotagem – transporte de mercadorias entre portos do mesmo país – no Porto de Natal foi apresentado na última sexta-feira (25) na Casa da Indústria. Contratado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Federação das Indústrias do RN (Fiern) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio), o levantamento teve o objetivo de identificar a demanda de mercadorias para implantar este tipo de transporte no estado.

Segundo o presidente da Fiern, Amaro Sales, com base no estudo, é possível dizer que a linha de cabotagem pode ser implantada no início do segundo semestre. “A empresa que elaborou o estudo foi bastante otimista. Acredito que no início do segundo semestre essa linha de cabotagem já poderá estar implantada”, informa.

O interesse de empresas do estado em implantar a cabotagem existe há anos, segundo o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, mas, segundo ele, “nunca houve um estudo para mostrar essa necessidade”. De acordo com Terceiro, com base no estudo, setores como Fruticultura, Construção Civil, Confecções, Confeitaria e Supermercados estão entre os que poderão se beneficiar da linha.

A ausência da ligação do Porto de Natal com outros do país é vista como um redutor de competitividade para as empresas do RN, visto que cidades como Recife, Fortaleza e Salvador dispõe de linhas como essa. “Os fretes terrestres são muito caros e hoje é preciso mandar mercadorias para Fortaleza e Recife por terra. A cabotagem vai beneficiar tanto o escoamento da produção do estado como para trazer produtos de fora”, diz Pedro Terceiro. “Vamos dar um poder de competitividade maior para as nossas indústrias e teremos a possibilidade de ter produtos mais baratos com isso. O consumidor também vai ganhar”, completa Terceiro.

A cabotagem é bom negócio inclusive para a Codern, tendo em vista a possibilidade de atração de empresas de navegação para o porto. “Vamos procurar as empresas e dizer que temos contêineres para dentro do país. As empresas vão dizer se tem interesse ou não”, diz Terceiro.

Realizado pela Agência Porto, de Santos (SP), o estudo também aborda os gargalos a serem superados para implantar a linha, questões que são pontuadas pelo presidente da Fiern. “Temos gargalos como um Maruim que tem 10 mil metros quadrados e que ainda deverá servir de retroárea, ou um berço 4 a ser construído, a própria questão do trânsito na Ribeira, mas são gargalos que podem ser resolvidos”, explica Amaro Sales.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)