Com barreira tecnológica superada, desafio da indústria naval brasileira é melhorar resultados

Com barreira tecnológica superada, desafio da indústria naval brasileira é melhorar resultados

O recente anúncio da Petrobras apontando produção recorde no pré-sal, 428 mil barris por dia, comprova a superação da barreira tecnológica de produção no Brasil e torna a melhora da eficácia o novo desafio a ser vencido. A opinião é do presidente da Abenav (Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore), Augusto Mendonça.

Embora os níveis de competitividade da indústria naval brasileira estejam em diferentes estágios na construção de navios, plataformas e embarcações de apoio, o setor tem se dedicado a atingir patamares comparáveis aos principais concorrentes mundiais. “A curva de aprendizado vem se desenvolvendo e, 14 anos após a reativação da indústria naval brasileira, estamos próximos de sermos competitivos em setores como embarcações de apoio, do tipo PSV, e sistemas offshore”, explica Mendonça.

De acordo com a Abenav, a criação do Promef (Programa de Modernização da Frota de Petroleiros) e a priorização de construção de plataformas no país têm três premissas básicas: fabricar unidades de transporte e produção no Brasil, o que foi possível com a construção de estaleiros nacionais; aumentar gradativamente o índice de nacionalização dessas unidades (65% de conteúdo local na primeira e 70% na segunda fase) e tornar o País competitivo mundialmente no setor.

Outro fator que colabora para a competitividade da indústria naval é o aumento do mercado de navegação doméstico (cabotagem) que, no primeiro trimestre do ano cresceu 27% em relação ao mesmo período de 2013, somando 165 mil Teus. Para o comandante e vice-presidente executivo do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Luís Fernando Resano, tal crescimento é focado nas cargas de contêineres, que deixam o modal rodoviário e passam para o aquaviário.

“É mais atrativo economicamente e melhor para o ambiente”, pondera. É nessa redução dos custos logísticos, já que o modal transporta um número maior de contêineres se comparado ao rodoviário, que as empresas têm se firmado, já que é possível aumentar o lucro e até mesmo reduzir preços, “atraindo ainda mais os investimentos das empresas de navegação”, completa Resano.

A Abenav e o Syndarma são entidades parceiras da Marintec South America – 11ª Navalshore, principal evento da indústria naval e offshore da América Latina, que reunirá 12 pavilhões internacionais, 380 marcas e 17 países, entre os dias 12 e 14 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ).

Fonte: Portos e Navios