Com nova troca, Temer tem maioria de votos declarados na CCJ
Com a décima troca de membros titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pela primeira vez desde que o GLOBO começou a mapear o posicionamento dos deputados no colegiado o presidente Michel Temer tem a maioria dos votos declarados. São 22 deputados que declaram voto contra a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot e 21 favoráveis.
Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer, assumiu a vaga de Lincoln Portela (PRB-MG), que assumiu seu voto a favor da denúncia mesmo depois de a base aliada ter iniciado a troca de deputados na comissão.
Há ainda a expectativa de mais trocas na comissão, como no caso do deputado Espiridião Amin (PP-SC), que é da base e anunciou voto a favor da denúncia.
NOVOS INTEGRANTES ANUNCIAM VOTO
Uma das parlamentares que se posicionou a favor do presidente nesta terça-feira foi Magda Moffato (PR-GO), que virou titular da comissão ontem justamente para que seu partido dê os votos contra a denúncia.
— Minha preocupação é com o país, não com o futuro de Michel Temer. A saída do presidente causaria uma grande desestabilização no país. Temos que pensar na nossa nação, não no presidente. Não quero que o Brasil vire uma Venezuela, que no prazo de dois anos tenhamos cinco presidentes. Temos que acabar com a corrupção e não com o país. Com as medidas adotadas pela atual gestão, a economia estava se recuperando e o país estava estável. Os deputados precisam votar com responsabilidade. A decisão não pode vir por raiva, emoções do momento ou ódio contra alguém – disse Magda.
Entre os deputados que assumiram publicamente o apoio a Temer está o tucano Paulo Abi Ackel (MG). Ele afirmou ter tomado essa posição após analisar o parecer do deputado Sérgio Zveitter (PMDB-RJ) e a defesa feita pelo advogado Antônio Cláudio Mariz.
— Decidi após ouvir ontem tanto a denúncia quanto a defesa. Vou votar contra a admissibilidade – anunciou o tucano.
Também anunciaram posição nessa terça-feira o deputado Domingo Neto (PSD-CE) e Soraya Santos (PMDB-RJ), que assina o voto em separado apresentado pela bancada de seu partid pela rejeição da denúncia.
EXPULSÃO DE ZVEITER
Com aval de Temer, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), está fechando o cerco ao relator da CCJ, Sergio Zveiter. Sabendo disso, o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), reagiu e ameaça promover uma “guerra interna” se houver fechamento de questão para toda a bancada de 63 deputados do partido contra a denpuncia. Pedro Paulo está enviando carta ao líder Baleia ameaçando sair do partido se Zveiter for expulso.
A expulsão de Zveiter já é defendida por deputados da tropa de choque como o deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
— Vamos para a guerra. Não vamos permitir fechamento de questão para toda a bancada, na Executiva. Não aceito patrulhamento para que defina o meu voto. Quando houve o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, não houve fechamento de questão — disse Pedro Paulo ao GLOBO.
Pedro Paulo está mobilizando os deputados do Rio de Janeiro para reagirem às pressões para a saída de Zveiter do partido.
— Isso seria um desrespeito ao partido. Se isso ocorrer, vou avaliar o meu desligamento também — disse Pedro Paulo
Mas ele acha que a decisão deve ocorrer imediatamente e não em agosto. Para ele, o país não pode ficar esperando.
— Não dá para ficar esperando. Não há hipótese de ser em agosto. O país não pode ficar esperando — disse ele.
Fonte: O Globo