Comércio exterior dá sinais de estabilização

Comércio exterior dá sinais de estabilização

O comércio exterior brasileiro apresenta sinais de recuperação com as importações indicando ‘moderada melhora’ e as exportações atingindo seus níveis de crescimento mais altos desde 2012. É o que aponta o relatório do segundo trimestre da Maersk Line. Na avaliação da empresa, esses são os primeiros sinais de estabilização do comércio brasileiro. A Maersk Line também observa melhora nos níveis de confiança de investidores e consumidores e projeta que o Brasil terá o segundo semestre melhor do que o primeiro.

O diretor comercial da Maersk Line no Brasil, Nestor Amador, explica que a previsão de crescimento ainda é pequena porque os resultados do primeiro semestre foram muito baixos. Segundo ele, as importações ainda devem ter queda em relação a 2015, conseguindo resultados melhores somente em 2017. Já as exportações devem crescer entre 10% e 12% em 2016. “Estamos olhando os primeiros sinais de uma estabilização no mercado brasileiro. Muitos dos nossos clientes esperam por uma resolução final da situação política no país e vamos buscar sinais do que veem no futuro para o Brasil”, observou Amador.

O ensaio de retomada das importações, após atingirem os piores níveis no primeiro trimestre em sete anos, se baseia nas expectativas crescentes de consumidores e empresários de que diferentes setores tenham performance melhor nas importações no segundo semestre. “É muito cedo para celebrar e, provavelmente, teremos de esperar até 2017 para ver verdadeiros sinais de melhora”, analisou o diretor superintendente da Maersk Line para o cluster da costa leste da América do Sul, Antonio Dominguez.

A Maersk avalia que os estoques globais chegaram a níveis criticamente baixos nos primeiros seis meses de 2016. Na Ásia, os setores automotivo e varejista retomaram a formação de estoques, reduzindo a queda nas importações para 21% no segundo trimestre, ante queda de 43% nas importações no primeiro trimestre.  O diretor de trade e marketing da Maersk Line para o cluster da costa leste da América do Sul, João Momesso, ressaltou que existe crise global no mercado de navegação de contêineres e o Brasil não está fora dela. “Os fundamentos da crise globalmente é que existem mais navios do que carga. O crescimento do mercado não foi tão grande quanto crescimento da frota. No Brasil isso foi agravado pela crise que o país vive”, disse.

Momesso acrescenta que os embarcadores no Brasil costumam concentrar exportação na terceira e quarta semanas do mês. Ele alega que, como os navios estão cheios, o mercado não tem capacidade para, na terceira e na quarta semanas, lidar com volume excedente muito grande. “Se os clientes conseguissem embarcar mais nas duas primeiras semanas do mês, ajudaria bastante”, comentou.

Fonte: Portos E Navios