Conta de luz pode ter alta extra de 4,6%, prevê a Aneel

Conta de luz pode ter alta extra de 4,6%, prevê a Aneel

Reajuste seria necessário para cobrir déficit de fundo setorial que custeia a redução em 20% das tarifas, decretada em 2013

O consumidor pode ter de arcar com um reajuste médio adicional de 4,6% na tarifa de energia neste ano para bancar despesas bilionárias do setor elétrico. O aumento é consequência de gastos R$ 5,6 bilhões maiores do que as receitas previstas para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que sustenta o programa de redução da conta de luz, uma das principais bandeiras políticas do governo da presidente Dilma Rousseff.

O aumento de 4,6% vai se somar aos reajustes periódicos de cada distribuidora previstos para este ano, e terá impacto direto na inflação. Além disso, corroerá parte da redução de 20% nas contas de luz anunciada pela presidente em janeiro do ano passado.

De acordo com o cálculo inicial do economista-chefe da corretora Concórdia, Flavio Combat, o efeito no índice inflacionário oficial, o IPCA, seria de 0,4 ponto porcentual. “Minha projeção de IPCA para 2014 hoje é de 5,9%. Se o impacto fosse incorporado, a projeção iria para 6,3%”, disse.

A CDE é um fundo setorial responsável pelo pagamento de programas sociais do governo na área de energia, como o Luz para Todos. Também é usado para pagar o combustível utilizado pelas usinas termoelétricas da Região Norte e as indenizações às empresas que aceitaram renovar antecipadamente suas concessões – movimento que fez parte do plano para reduzir as contas de energia.

Falta de chuvas

Além do desembolso com a CDE, as distribuidoras de energia terão de encarar este ano também um aumento de gastos que tem relação direta com a falta de chuvas. A seca fez com que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste atingissem o menor nível desde 2001. Isso levou o preço da energia elétrica no mercado de curto prazo a valores recordes, e obrigou o governo a manter acionadas as usinas térmicas, que geram energia mais cara. E as distribuidoras precisam comprar essa energia.

Fonte: Estado de S. Paulo