Corrupção também assusta a petrolífera estatal Pemex

Corrupção também assusta a petrolífera estatal Pemex

O que é melhor, ter uma estatal de petróleo ou entregar essa riqueza a estrangeiros? A resposta é óbvia. Com todos os defeitos que venha a ter, uma estatal de petróleo retém no país não só os bilhões de dólares que gera, como as decisões, o desenvolvimento tecnológico e, principalmente, a formação de uma cadeia de mão de obra, que vai de simples operadores a pós-doutores na atividade. Mas, como ficou demonstrado nos escândalos recentes, de superfaturamento de refinaria em Pernambuco, no “mau negócio” em Pasadena – segundo a própria presidente Graça Foster – e os contratos do diretor Paulo Roberto Costa, uma super-estatal precisa ser muito bem controlada.

Se, no Brasil, a Petrobras está sob investigação por duas Comissões de Inquérito – uma do Senado e outra das duas casas do Parlamento – o mesmo ocorre com a estatal mexicana Pemex. Informa o jornalista Léo Zuckermann, do Excelsior, que o grande perigo está em ser a empresa um monopsônio – situação em que a companhia é a única compradora e, portanto, dificulta a medição dos preços corretos. Isso ocorre, por exemplo, na compra e aluguel de equipamentos para poços.

Informa Zuckermann que, nos últimos 14 anos, uma empresa local, a Oceanografia, ganhou nada menos de 160 licitações públicas internacionais no país, auferindo com isso US$ 2,4 bilhões. Os lucros foram tão grandes que a empresa se acostumou a dar de regalo para funcionários da Pemex relógios Audemar Piguet, avaliados em US$ 40 mil cada. No Brasil, os contratos com grandes grupos somam valores muito mais altos, porém o escândalo mexicano tem uma característica especial. Segundo Zuckermann, os privilégios à Oceanografia são tão intensos que a linha de investigação poderá acabar no Palácio Nacional, onde mora e despacha o presidente da República, Enrique Peña Nieto.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta