Covid-19: São Paulo receberá 5 milhões de doses de CoronaVac
Medicamento estará disponível ainda em outubro; Existe diferença entre a vacina CoronaVac e Oxford, segundo diretor do Instituto Butantan
O estado de São Paulo deve receber, já em outubro, 5 milhões de doses da vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. O anúncio foi feito pelo governador do estado, João Doria, via Facebook, neste domingo (20).
Segundo Doria, a previsão é de que haja 46 milhões de doses até dezembro. Conforme explica na postagem, a ampliação de vacinas será possível em virtude da transferência de tecnologia da farmacêutica para o instituto, que passará a produzir o imunizante.
Na última segunda-feira (14), o governo estadual informou que o instituto irá iniciar, em novembro, obras para ampliar sua estrutura física, a fim de acelerar a produção de vacinas. A expectativa do governo paulista é que a reforma seja finalizada ainda neste mês.
A CoronaVac já está na fase 3 de testes em humanos. Os testes, de responsabilidade do Instituto Butantan, começaram a ser feitos no Brasil em julho e serão aplicados em 9 mil voluntários. A testagem foi organizada a partir de 12 centros de pesquisas, localizados em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
Eficiência em idosos
A vacina chinesa tem apresentado 98% de eficácia no combate ao coronavírus em idosos. “Os testes demonstram que a vacina CoronaVac é segura e tem taxa de eficiência de 98% na imunização de idosos. Estudos da segunda fase de testagem demonstram que pessoas com mais de 60 anos, que representam um dos grupos de risco [para o novo coronavírus], receberam mais de uma dose da vacina e a resposta imune chegou a 98%”, afirmou o governador João Dória.
Vacinas Oxford X CoronaVac
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou que a vacina de Oxford tem um tipo de fabricação diferente da que está sendo produzida pelo Instituto Butantan com a chinesa Sinovac. A do Butantan utiliza vírus inativados, que são cultivados em laboratórios e quebrados quimicamente. Neste caso, pedaços de vírus são colocados nas vacinas e introduzidos nas pessoas, estimulando o sistema imunológico a produzir os anticorpos.
É o mesmo processo usado na produção da vacina contra a gripe Influenza, que foi aplicada este ano no Brasil. “Não tem vírus vivos nessa vacina. Ela não provoca a infecção”, explicou Dimas Covas.
Já a produção da vacina de Oxford é baseada em novas tecnologias, que se utilizam de materiais genéticos, proteínas sintéticas ou vetores virais. “[A vacina de Oxford] utiliza um adenovírus para levar um pedaço do coronavírus para dentro do organismo e provocar a infecção. E aí desencadeia a resposta imunológica. São os vírus do resfriado comum e não causam problema maior”, disse Covas.
Fonte: Agência Brasil