Demitidos de prestadora da Petrobras no Comperj reclamam de calote no FGTS
Ação coletiva com 200 ex-funcionários busca os direitos
Demitidos terceirizados da Petrobras foram à Justiça para buscar o pagamento integral das verbas rescisórias. Um grupo de 202 desligados da GDK, que trabalharam no Comperj — o então Complexo Petroquímico de Itaboraí — afirma que a empresa só liberou 40% do FGTS.
Os terceirizados, mandados embora em 2015, entraram com uma ação coletiva e aguardam uma decisão. A GDK pediu falência.
O motorista Luís Cláudio Nazario é um dos autores da ação coletiva.
“Nessa ação judicial temos 202 pessoas junto ao sindicato. Recebemos só 40% do fundo de garantia, que já estava depositado. Já se passaram cinco anos, e até agora nada”, afirmou.
O encanador Carlos Henrique de Jesus emendou que o INSS “declarou coisas que a GDK não depositou”. “Deixou todos nós aqui a desejar”, disse.
O encanador industrial Fabrício Ribeiro ainda não se recuperou do prejuízo. “Tivemos que se desfazer de bens para sobreviver”, afirmou.
O carreteiro Renan Franco Figueiredo precisou trancar a faculdade. “O impacto financeiro foi enorme. Tive que atrasar prestação de tudo, parcela de carro…”, lembrou.
O lixador Venâncio de Souza Serrano disse que na época da demissão a esposa estava grávida. “Perdemos plano de saúde, crédito, carro…”, enumerou.
Jairo Souza dos Santos contou que até achou outro emprego. “Mas não pude assinar minha carteira porque não deram baixa.”
Promessa de melhorias
As obras do Comperj começaram há 12 anos. A promessa das autoridades era transformar a região num grande polo de combustíveis e produtos químicos, trazendo melhorias para a cidade.
No terreno de 2.500 hectares, o equivalente a três vezes o bairro de Copacabana, deveria funcionar uma refinaria com capacidade para processar 150 mil barris de petróleo.
A Petrobras ainda mantém obras para uma unidade de processamento de gás natural. Mas neste domingo (25) o Bom Dia Rio não viu nenhuma movimentação.
O que diz a Petrobras
A Petrobras disse que está em dia com as obrigações com todas as empresas contratadas para o Comperj, e que elas é que são responsáveis pelo pagamento dos funcionários. A estatal disse também que está investindo R$ 4 bilhões na área do antigo Comperj para a implantação de um projeto que vai disponibilizar escoamento para o gás natural do pré-sal. A previsão para o início da operação é ano que vem.
O Bom Dia Rio não conseguiu contato com a empresa GDK.
Fonte: G1 Espírito Santo