Deputados assinam compromisso de ir a sessão sobre Cunha

Deputados assinam compromisso de ir a sessão sobre Cunha

Os líderes de nove partidos assinaram nesta terça-feira (30) um cartaz fixado no plenário da Câmara no qual se comprometem a comparecer, junto com as respectivas bancadas, à sessão destinada a votar o parecer que pode levar à cassação do mandato do deputado afastado e ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A votação está marcada para o dia 12 de setembro.

O cartaz foi fixado pelo PSOL e foi assinado, além deste, pelos líderes de PT, PSDB, DEM, Rede, PSB, PPS, PCdoB e PDT. Outros deputados também assinaram o compromisso público.

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que os parlamentares da legenda estão “preocupados” com a possibilidade de o quórum ser baixo na sessão do próximo dia 12.

“Há rumores de que pode não dar quórum, de que muitos vão fugir, de que vai haver algum boicote. Estamos preocupados, por isso essa iniciativa de cobrar esse compromisso público de cada um. O objetivo é primário: fazer com que os deputados pagos pela população compareçam ao seu local de trabalho, ou seja, trabalhem”, disse o deputado.

Alencar informou em discurso no plenário que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez uma estimativa de que 400 deputados estarão presentes na sessão, o que foi confirmado por Maia.

Serão necessários 257 votos entre os 512 deputados em exercício para determinar a perda do mandato do deputado do PMDB.

Cunha responde por quebra de decoro parlamentar sob a acusação de que mentiu na CPI da Petrobras a respeito da existência de contas na Suíça em seu nome. O deputado sustenta que não mentiu. Ele afirma ser apenas o beneficiário de bens geridos por trustes (empresas que administram recursos de terceiros). O parecer aprovado no Conselho de Ética da Casa pede a cassação do peemedebista.

O relatório final das duas comissões foi lido em plenário no início do mês. Diante disso, a representação contra Cunha está na pauta de votações da Câmara desde 8 de agosto.

A base de apoio ao presidente em exercício Michel Temer, por meio do presidente da Câmara, optou por agendar a votação somente depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, no Seando. Os adversários de Cunha protestaram da decisão.

“É uma data temerária, queríamos que essa questão já tivesse sido resolvida antes, insistimos com o presidente, na reunião colégio de líderes, aqui no plenário. Mas não, ele [Rodrigo Maia] decidiu passar a análise do caso Dilma no Senado sei lá o por quê. Há quem diga que temeriam uma delação do Cunha que poderia bagunçar tudo, então deixaram para depois”, criticou Chico Alencar.

O deputado disse ainda que a função primária dos líderes é cobrar a presença dos congressistas e que a imagem dos faltosos será prejudicada com o argumento de ausência de compromisso com a Câmara. “Quem não vier aqui dia 12 terá seu nome divulgado no Brasil inteiro, vai pro poste”, concluiu.

O líder do PMDB na Casa, deputado Baleia Rossi (SP), informou que a decisão de comparecer a votação é responsabilidade de cada filiado a sigla. “Não haverá interferência da liderança”, afirmou o líder do partido de Cunha. Baleia Rossi não assinou o cartaz do PSOL.