Dilma anuncia correção da tabela do IR e aumento do Bolsa Família
Em pronunciamento sobre o Dia do Trabalho nesta quarta-feira (30), a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas para os trabalhadores. A presidente informou uma medida provisória que corrige a tabela do Imposto de Renda, o aumento do Bolsa Família e se comprometeu a manter a política de valorização do salário mínimo.
O decreto divulgado por Dilma atualiza em 10% os valores do Bolsa Família, que alcança 36 milhões de brasileiros. “A valorização do salário mínimo tem sido um instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres”, disse a presidente.
Dilma aproveitou a deixa da valorização do salário mínimo para fazer uma crítica indireta ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), um de seus potenciais adversários na disputa pela sucessão presidencial. A presidente rebateu críticas do setor empresarial à política de reajuste anual do salário mínimo. Em encontro recente com empresários, Aécio se declarou disposto a adotar “medidas impopulares” caso seja eleito presidente, que podem atingir a política de valorização do salário mínimo.
Repercussão na imprensa internacional
A decisão da presidente Dilma Rousseff de aumentar em 10% o pagamento às famílias cadastradas no programa Bolsa Família do governo federal é uma medida “populista” e o “mais agressivo contra-ataque” da presidente até agora contra seus adversários das eleições de outubro, disse o jornal britânico “Financial Times” sobre o pronunciamento de Dilma em rede nacional.
O FT lembra que o percentual de aumento no volume repassado ao programa social do governo supera a inflação, que, pelo IPCA, oscila em torno de 6% em 12 meses. Para o jornal britânico, a medida reforça a política de transferência de recursos às pessoas mais pobres, que tem marcado os 12 anos de governo do PT.
O jornal britânico afirma que o valor atual destinado ao Bolsa Família soma R$ 24 bilhões e cita a opinião de analistas de que os 36 milhões de beneficiários do programa formam um eleitorado “leal” ao PT, especialmente na região Nordeste.
Fonte: Valor – Fernando Exman e Andrea Jubé / Foto: Edu Lopes/ SECOM