Dilma confirma demissão de ministro da Comunicação Social

Dilma confirma demissão de ministro da Comunicação Social

O Palácio do Planalto informou, nesta quarta-feira, que o ministro Thomas Traumann pediu demissão da Secretaria de Comunicação Social (Secom), e a presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido. Dilma, segundo nota, “agradeceu a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”. O secretário-executivo da Secom, Roberto Messias, assume interinamente o cargo.

Na semana passada, vazou uma avaliação interna feita pelo ministro sobre o cenário político e econômico brasileiro. A análise, enviada à presidente, diz que a comunicação do governo é “errada e errática” e que o país vive um “caos político”.

A informação que circula no governo é que Traumann irá para a Petrobras, cujo cargo de gerente de comunicação ficou vago, com a saída de Wilson Santarosa. Na última segunda-feira, a presidente reuniu a coordenação política, cobrou mais integração entre os ministérios e melhoria na estratégia de comunicação do governo. Dilma debateu a comunicação do governo, mas Thomas não estava no encontro.

– A questão da comunicação com a sociedade brasileira, em relação aos principais temas tratados no governo, para que os ministros possam ter a mesma linguagem e ter uma estratégia de comunicação. Não tem nenhum sentido nós termos no mesmo dia dois ministros falando do mesmo tema, quando pode um ministro ir para um estado, outro ministro para outro estado. Ficou definido que, com a coordenação da Secom, vai haver essa organização da comunicação do governo, através dos ministros. Também foi ratificada a importância de que a equipe econômica continue o seu trabalho de comunicação com o Congresso – afirmou o ministro das Cidades, Gilberto Kassab.

Antes do pedido de demissão ser formalizado, a presidente Dilma pediu a emissários que conversassem com Traumann e se ele se disporia a ficar no cargo, mesmo com o vazamento do documento com críticas a sua gestão. Se ele aceitasse ficar, o governo o auxiliaria a preparar a linha de abordagem do conteúdo do documento na ida ao Congresso para se explicar. A oposição aprovou convite para Traumann explicar o uso das verbas de publicidade da Secretaria de Comunicação Social. Ele, no entanto, disse à presidente que era hora de sair. Em dezembro passado, Traumann pediu demissão. Dilma não aceitou e ambos combinaram que ele ficaria no cargo até junho deste ano. O vazamento do episódio precipitou a saída.

Há três nomes cotados para o cargo. O PT defende a indicação do deputado estadual Edinho Silva (SP), que foi tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição. O nome da preferência do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) é o do deputado Alessandro Molon (RJ). Há movimentos no governo pela indicação de Américo Martins, vice-presidente da EBC.

Fonte: O Globo / Luiza Damé e Simone Iglesias