Distribuidoras recorrem contra coleta de amostras, diz ANP

Distribuidoras recorrem contra coleta de amostras, diz ANP

As distribuidoras de combustíveis reunidas no Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) entraram na Justiça contra a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para tentar derrubar a obrigatoriedade de recolhimento de amostras de combustíveis na base de distribuição.

A medida tem o objetivo de garantir aos donos de postos que o produto adquirido atenda às exigências de qualidade da agência.

As distribuidoras argumentam, contudo, que, para cumprir a regra, as bases de distribuição deveriam contar com uma infraestrutura hoje inexistente de acesso ao topo dos caminhões que estão sendo abastecidos.

Sem isso, diz o diretor do Sindicom Alísio Vaz, o abastecimento é mais demorado, chega a gerar filas nas bases e atrasar o trabalho em um dia.

“Meia hora de atraso multiplicada por todos os caminhões gera um engargalamento. A cada dois dias, um dia de produtividade é perdido. Para cumprir a regra, é preciso espaço, uma plataforma de acesso ao topo do caminhão e um funcionário submetido a todo um sistema de segurança que não há”, diz Vaz.

Enquanto aguardam a decisão da Justiça, as distribuidoras preparam um projeto alternativo para apresentar à ANP que garanta o cumprimento das regras de controle da qualidade do combustível, sem que seja necessário recolher amostras de todos os produtos fornecidos aos postos de gasolina.

A ideia é utilizar uma metodologia qualitativa, em vez de quantitativa.

O Sindicom chegou a entrar com o pedido de liminar, juntamente com a ação, pedindo a suspensão da obrigatoriedade de recolhimento de amostras nas bases, mas não teve sucesso.

Uma das primeiras cidades onde foi implementada a regulamentação da ANP, Goiânia experimentou filas quilométricas e de horas no abastecimento de combustíveis.

Segundo Alísio Vaz, depois desse episódio, os próprios donos de postos passaram a preferir não recolher as amostras, o que tem evitado demoras no abastecimento dos caminhões. Ele conta que, ao menos, metade da frota pertence aos varejistas, que têm a opção de não querer cumprir a regulamentação.

Fonte: Exame.com / Estadão Conteúdo