Edson Santos busca saída para crise do estaleiro Eisa

Edson Santos busca saída para crise do estaleiro Eisa

O deputado Edson Santos (PT-RJ), presidente da Frente Parlamentar da Indústria Marítima, acha difícil a volta das empresas nacionais à navegação para o exterior, mas crê que se deve insistir na tese.

– A verdade é que a construção naval não pode se manter apenas com encomendas de plataformas e barcos da Petrobras e navios da Transpetro. Toda nação que se preza tem sua marinha mercante e essas empresas deveriam se impor e ainda fazer encomendas aos estaleiros.

Santos considera fundamental mostrar ao novo governo a necessidade de se dar prosseguimento à política de conteúdo local.

– A construção naval, com quase 100 mil empregados, não pode depender da boa vontade de um ou outro governante. Tem de ser política de estado, não de governo. Quatro novos estaleiros estão na reta final de construção: Oceana, em Santa Catarina; EBR, no Rio Grande do Sul; Jurong Aracruz, no Espírito Santo; e Enseada, na Bahia. Com eles, o setor passa a contar com cerca de 50 estaleiros distribuídos de norte a sul do país.

A propósito, Santos enviou esclarecimento sobre a nota “Frente Parlamentar contra a verba oficial para o Eisa”.  Diz ele: “Não devo ter me expressado bem na abertura da 11ª Marintec/Navalshore e, portanto, agradeço pela oportunidade de retificar a informação. Na condição de presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Marítima Brasileira, tenho acompanhado de perto a situação do estaleiro, particularmente o momento de muita dificuldade e incerteza enfrentado pelos mais de 3 mil funcionários que, sem receber salários desde 10 de junho, estão sendo desafiados a sustentar suas famílias com apenas os R$ 280 do auxílio alimentação.

“Em momento algum afirmei que a Frente Parlamentar é contrária à ‘injeção de dinheiro público’ para resolver a crise do estaleiro. Pelo contrário, até porque tenho a convicção de que nenhuma nação pode chegar a se desenvolver sem a ação indutora do Estado. Desde quando fomos acionados, articulamos o diálogo entre a Casa Civil, o Ministério do Desenvolvimento e a direção da Caixa Econômica Federal com objetivo de liberar um empréstimo que viabilize o pagamento das dívidas do Eisa, o ajuste de sua folha salarial e a injeção do capital de giro necessário para a retomada das atividades. Para que isso se concretize, falta apenas a apresentação das devidas garantias pelo grupo controlador do estaleiro”.

Fonte: Monitor MercantilSergio Barreto Motta