Empresas de cabotagem apuram crescimento de 20% em 2024
Empresas brasileiras de navegação no segmento da cabotagem estão comemorando o aumento no número de TEUs – medida que usa como referência um contêiner de 20 pés – movimentados em 2024. A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) confirma um crescimento de 19,8% em relação ao ano anterior.
Foram registrados 1,5 mi TEUs no ano passado ante 1,2 mi TEUs em 2023 em operações domésticas, feeder e trade Mercosul.
A queda observada no Mercosul, destoando do crescimento geral observado no setor, se deve à rescisão, feita de forma unilateral por parte do governo brasileiro, dos acordos bilaterais de transporte marítimo que o Brasil mantinha desde a década de 1980 com a Argentina e o Uruguai.
Ao denunciar unilateralmente tais acordos, o governo Jair Bolsonaro abriu espaço para que armadores da China e da Europa entrassem num mercado que antes era exclusivo dos países membros do Mercosul, o qual oferecia grandes vantagens para o Brasil em razão do tamanho de sua indústria marítima.
O presidente da Conttmaf, Carlos Augusto Müller, avalia que o crescimento continuado que tem ocorrido na cabotagem é importante não apenas para os marítimos e os portuários de sindicatos e de federações que a Confederação representa, mas também para toda a sociedade, pelo desenvolvimento econômico do País. Para as empresas, o crescimento alcançado, não há dúvidas, é muito significativo.
Contudo, os trabalhadores veem a necessidade de avançar e de dar efetividade em questões como a exclusividade dos portuários e a revisão da lei que instituiu o BR do Mar de forma a garantir sustentabilidade social e postos de trabalho para marítimos brasileiros já que em 2021, ano em que foi aprovada, ela não garantiu a participação de pelo menos 2/3 de tripulantes nacionais quando se trata de navios afretados por tempo.
Fonte: Portos e Navios