Entraves barram o Brasil e prejudicam portos brasileiros
No que se refere a dragagens, falta de planejamento é um dos principais problemas
Quando o assunto é dragagem, o Brasil ainda está atrasado em relação a vários países da Ásia e Europa e também quando comparado com os Estados Unidos. A conclusão é do consultor do Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente, Frederico Bussinger.
De acordo com o consultor, o Brasil esbarra em vários entraves, como a burocracia para obtenção das licenças ambientais, excesso de normas, leis e resoluções, além da falta de uma agência executiva multifuncional com orçamento próprio, que execute suas próprias obras, gere energia e controle cheias, navegação, irrigação, pesca e lazer.
A ideia também é compartilhada pela consultora da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Patrícia Boson. “Caímos sempre na velha história de falta de planejamento e de articulação entre as normas. Temos vários agentes, mas eles não conversam, cada um age de um jeito”.
Para Bussinger, existem dois projetos de dragagem nos portos que poderiam ser adotados pelo Brasil, principalmente no que tange ao planejamento. Trata-se do TVA, no Mississipi/EUA e do Europa Whitepaper 2050, integrado pela França, Holanda, Bélgica e Alemanha.
As áreas com maior concentração de sedimento no Brasil são os portos de Santos, Paraty, Aratu e Itapoá. Existem vários tipos de depósitos, como areia e argila, por exemplo, que são trazidas por meio da erosão formada a partir da água das chuvas. Mas também existem os sedimentos contaminantes, que são vistos com preocupação por representantes do setor.
“Antes de fazermos a dragagem, temos que mapear as áreas, ver a qualidade do material e analisar de que maneira podemos fazer a extração do sedimento”, explicou o coordenador-geral da Amazônia Legal, da Secretaria de Patrimônio da União, Fernando Campagnoli. Ele afirmou que o Brasil deveria investir anualmente R$ 6 bilhões para limpeza dos reservatórios. Só em São Paulo, o custo de limpeza por ano seria de R$ 700 milhões.
Fonte: Guia Marítimo