Estado avalia projeto para construção de outra rodovia para o porto de Santos

Projeto sob análise do governo do Estado visa desafogar congestionamentos no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), principal ligação de caminhões de cargas com o Porto de Santos – maior terminal marítimo da América Latina. A proposta, desenvolvida pela empreiteira Contern, aponta para a construção de rodovia entre Ribeirão Pires e a Baixada Santista. A obra está orçada em cerca de R$ 14 bilhões.

A empresa, integrante do consórcio responsável pelos trechos Sul e Leste do Rodoanel, entregou no ano passado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes uma declaração de manifestação de interesse pela execução da obra. O documento está em fase de avaliação, etapa que não tem data para conclusão.

O projeto recebeu o nome de ViaMar e sugere traçado de aproximadamente 36 quilômetros, ligando o acesso ao futuro Rodoanel Leste – na divisa entre Ribeirão Pires e Suzano – até a porção continental de Santos, próximo aos bairros Estuário e Saboó. Para mitigar os impactos ambientais na Serra do Mar, 22 quilômetros da via passarão por dentro de um túnel (leia abaixo).

Além da rodovia com três faixas de rolamento em cada sentido, o projeto também inclui ferrovia, dutos para transporte de líquidos e duas plataformas de logística, de acordo com o diretor de Engenharia da Contern, José Carlos Britto.

As plataformas – uma no Planalto e outra na Baixada – têm como objetivo funcionar como porto seco, onde os caminhões poderão descarregar os contêineres, reabastecer e iniciar o percurso de volta. A carga, então, seria colocada em trens e enviada ao terminal marítimo. “Com isso, trazemos para o Planalto diversos serviços que hoje só são feitos em Santos. Haverá ganhos em tempo, dinheiro e espaço do porto”, explica.

 

Atualmente, os caminhões só podem descer a serra pela Via Anchieta, estrada que, segundo especialistas ouvidos pelo Diário (leia ao lado), está saturada. “Em alguns casos, os motoristas têm de esperar até três dias no porto para descarregar”, acrescenta Britto. A agilização desse procedimento pode refletir, inclusive, em redução de preços finais de mercadorias. Isso porque mais entregas podem ser feitas em um mesmo espaço de tempo, diminuindo o custo operacional para as empresas.

Para que o empreendimento saia do papel, o Estado precisa aprovar o projeto e lançar chamamento público para que outras empresas interessadas na construção se apresentem e, então, iniciar processo de licitação. Caso outra companhia vença a concorrência, a Contern seria ressarcida pelo valor investido nos estudos. A Secretaria Estadual de Transportes e Logística confirma que o projeto está sob análise, mas não informa prazos.

Britto acredita que é possível iniciar o certame ainda neste ano. As obras, afirma o diretor, têm prazo estimado de cinco anos. Dos R$ 14 bilhões investidos, a Contern se propõe a aplicar R$ 4 bilhões. O restante seria injetado por Estado e União.

Fonte: Diário do Grande ABC/Fábio Munhoz