A Marinha do Brasil participa, até 24 de junho, de exercício operativo internacional com mais de 20 países, no Golfo da Guiné, na costa da África Ocidental. A GUINEX IV, como o treinamento é conhecido, visa apoiar a segurança marítima no Atlântico Sul, região de interesse estratégico do Brasil.

Durante o exercício, o Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Apa” deve visitar sete países: Gana, Benin, Nigéria, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Senegal e Cabo Verde, com a condução de exercícios que promovam a troca de experiências e boas práticas entre militares das Marinhas e Guardas Costeiras da região.

A ênfase do treinamento é a abordagem de navios suspeitos de práticas criminosas, como a pirataria; inspeção a outros, com manobras de embarcações rápidas; o trânsito sob ameaças assimétricas; e as técnicas de operações especiais, com a finalidade de manter a preparação adequada para combater atividades ilegais que possam afetar a segurança marítima.

Também são ministrados workshops durante as estadias nos portos. O intercâmbio de atividades operativas possibilita o desenvolvimento e fortalecimento de habilidades, competências, estratégias e recursos, melhorando a capacidade de adaptabilidade a cenários cada vez mais inconstantes.

Interoperabilidade

Outro caráter importante da GUINEX IV é a interoperabilidade, que permite a troca de conhecimento, absorção de novas técnicas operativas e o aprimoramento das manobras. Além das ações conjuntas para proteção do Golfo da Guiné, o exercício reforça a diplomacia naval, estreitando os laços do Brasil, representado pela Marinha do Brasil, com os demais países participantes.

Relevância Geopolítica

A presença da Marinha no Golfo da Guiné evidencia, também, a importância da vigilância de uma região fundamental no entorno estratégico do País, já que mais de 95% do comércio brasileiro passa pelo mar.

Devido a constantes ameaças, o entorno foi, estrategicamente, estabelecido pela Marinha como prioritário, devido à proximidade com a Amazônia Azul, extensa área marítima sob jurisdição brasileira, que representa a principal via de transporte do comércio exterior do País, além de ser berço de recursos naturais e minerais e de ter influência sobre o clima.

Emoção a bordo

A GUINEX IV também está sendo marcada por momentos de emoção. Durante a comissão, ocorreu o nascimento da filha do Marinheiro Lucas Silva, no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro (RJ), enquanto o militar encontrava-se a bordo, navegando nas águas do Oeste africano.

Somente quando o NPaOc “Apa” se aproximou do Porto de Lagos, na Nigéria, Lucas Silva pôde falar ao telefone com sua esposa e ver sua filha pela primeira vez. Após nascer com 2,200 kg, Antonella já se encontra em casa, esperando pelo retorno de seu pai, que acontecerá somente em julho, após o encerramento da GUINEX IV.

Participação na REMEX

Em aproveitamento à GUINEX IV, o Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Apa” participou do Exercício Marítimo Regional (REMEX, do inglês Regional Maritime Exercise), no final de maio, em comemoração ao 68º aniversário da Marinha nigeriana. A REMEX teve como missão promover o aumento da segurança marítima no Golfo da Guiné e, assim, fomentar a economia azul da região.

Além da Marinha da Nigéria, também estiveram presentes as Marinhas do Brasil, da China e de Camarões, totalizando 17 navios envolvidos no treinamento. Durante a REMEX, foram realizados exercícios de busca e salvamento, de combate à pesca ilegal, de manobras táticas, além de exercícios contra a pirataria, com a participação do Destacamento de Mergulhadores de Combate brasileiro, embarcado no NPaOc “Apa”.

Fonte: Agência Marinha de Notícias