Exploração de petróleo e gás tem destino incerto no Amazonas
No início da semana, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que a petroleira HRT terá que devolver dois blocos na Bacia do Solimões, no Amazonas, à União por não cumprir etapas acordadas com a autarquia. Procurada pelo A CRÍTICA, a empresa disse que os blocos continuarão a ser explorados, porém, pela empresa parceira Rosneft, que possui a maioria das ações (51%) desde março deste ano.
Os blocos que tiveram seus contratos extintos (SOL-T-148 e o SOL-T-149) estão em segunda fase exploratória e, até então, terão que ser devolvidos, uma vez que a ANP não aceitou o pedido de prorrogação ou suspensão do segundo período exploratório, que acabou no dia 5 de maio. A HRT recorreu da decisão da autarquia, o que foi negado pela agência em reunião de diretoria do mês passado.
De acordo com a HRT, os trabalhos de exploração foram interrompidos para que fossem feitos alguns ajustes após a troca de posição das companhias parceiras, mas devem continuar a acontecer. Um funcionário que preferiu não se identificar disse à reportagem que os boatos que correm pelos corredores da empresa é de que os trabalhos de perfuração só voltarão a acontecer a partir de 2015.
“Do lado de cá”, o secretário de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas, Daniel Nava, afirma que está acompanhando cada novidade a respeito do assunto.
“O Estado está acompanhando essas negociações desde quando a HRT deixou de se interessar pelos blocos da Amazônia, privilegiando outros blocos. A gente fica preocupado; queremos que essa empresa russa mantenha o mesmo grau de investimento que a HRT mantinha. Eles descobriram novas reservas de gás e óleo na região do Solimões e tinha um cuidado muito grande em fazer tudo corretamente, respeitando o meio ambiente”.
Questionado sobre as medidas que o Estado tem tomado para garantir que o potencial da Bacia do Solimões continue sendo explorado, garantindo assim os empregos e os investimentos que o processo acarreta, Nava disse que está de mãos atadas até o pronunciamento da ANP.
“Neste primeiro momento, estamos aguardando o retorno da própria ANP quanto a este assunto. Somente após o posicionamento da Agência vamos nos pronunciar”.
Fonte: A Crítica Manaus (AM)Mônica Dias