Falta de contêineres pode afetar embarques de carne e celulose

Falta de contêineres pode afetar embarques de carne e celulose

As exportações do Brasil para a China, seu principal parceiro comercial, podem ser afetadas nas próximas semanas devido ao acúmulo de contêineres nos portos do país asiático em meio à epidemia de coronavírus.

Armadores podem enfrentar uma escassez momentânea de contêineres no final de março em meio ao grande número de equipamentos retidos em portos chineses e consequente atraso no retorno das embarcações, de acordo com o Centro de Navegação Transatlântica (Centronave), associação que reúne 19 armadores com presença no país.

O Brasil normalmente envia carne e celulose em contêineres para a China, entre outros produtos, em uma rota que dura cerca de um mês em cada sentido.

“Muitos navios não foram descarregados na Ásia e podem demorar a serem reposicionados para novos embarques”, disse o Centronave em comunicado.

No caso de contêineres refrigerados, que transportam produtos como carnes, o congestionamento ainda é “crítico” nos portos chineses como em Xangai, Xingang e Ningbo. Com isso, os armadores buscam alternativas para limitar o impacto no comércio exterior brasileiro, informou o grupo.

O comércio global de contêineres tem sido mais fraco do que o habitual no primeiro trimestre de 2020 depois das medidas tomadas por autoridades chinesas para impedir a propagação do novo coronavírus. Fábricas foram fechadas e trabalhadores portuários obrigados a ficar em casa, o que atrasou o carregamento de contêineres.

O número de navios programados para sair da China em direção ao Brasil desde o fim de janeiro caiu para 19 em relação às 28 viagens planejadas, de acordo com a consultoria de inteligência naval Solve Shipping.

Segundo a empresa, as embarcações têm deixado os portos chineses com capacidade ociosa de até 30% devido às consequências da epidemia.

Fonte: UOL Economia / Bloomberg