Falta de energia elétrica deixa 1,2 milhão sem água em SP; Reservatório do Rio atinge volume morto

Falta de energia elétrica deixa 1,2 milhão sem água em SP; Reservatório do Rio atinge volume morto

A falta de energia elétrica provoca desabastecimento de água em diversas cidades do estado de São Paulo e em bairros da capital paulista. De acordo com a Empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a queda de energia foi às 4h da manhã de ontem (22) e afetou a operação de duas estações elevatórias: a Jardim São Luiz, que está com a energia reestabelecida, e a João XXIII, que recebe eletricidade de forma irregular.  As estações são necessárias para o abastecimento de água.

A paralisação da Elevatória João XXIII deixa sem água os municípios de Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra e parte de Cotia – cidades da Grande São Paulo – e ainda a região do Jardim Arpoador, na capital. A estação abastece 600 mil pessoas. Segundo a Sabesp, a eletricidade foi restabelecida no meio da tarde, porém com tensão insuficiente para a retomada do funcionamento da estação. Ainda de acordo com a companhia, há previsão de que a tensão total seja estabelecida à 0h desta sexta-feira (23). “Se confirmado o prazo dado pela Eletropaulo, o abastecimento será, então, retomado paulatinamente, podendo demorar de 24 horas a 48 horas, dependendo da temperatura”, acrescentou em nota.

Na capital, na região dos bairros Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Parque Fernanda e Capão Redondo, na zona Sul, o abastecimento foi prejudicado pela falta de energia na Estação Elevatória de Água Jardim São Luiz, que atende a 620 mil pessoas. A previsão é que o abastecimento dos bairros seja normalizado ainda hoje (23).

Rio já tem plano de racionamento de água, diz secretário

O secretário estadual de Ambiente do Rio de Janeiro, André Correa, afirmou na manhã desta sexta-feira (23), que empresas “na ponta” do Rio Paraíba do Sul podem ter, em curto prazo, o funcionamento interrompido por causa da estiagem que atinge o estado. Ele admitiu que a Cedae tem um plano de racionamento guardado para o caso da situação piorar.

“O rio Paraíba do Sul é usado para geração de energia, para irrigação, para abastecimento industrial, então, por exemplo, podemos ter num curto prazo, problemas com empresas que estão na bacia do Guandu, no final da bacia do Guandu, depois de onde a Cedae capta água. Nós podemos chegar num prazo curto e dizer para ela que elas vão ter que parar de operar”, alertou Corrêa, enfatizando que o abastecimento humano vai ser priorizado.

Nesta quarta-feira (21), o nível do reservatório de Paraibuna, o maior de quatro que abastecem o estado do Rio de Janeiro, atingiu o volume morto pela primeira vez desde que foi criado, em 1978. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a usina hidroelétrica foi desligada após o nível atingir zero.

Técnicos da secretaria do Ambiente dizem que com o volume morto desse reservatório dá para garantir as operações por, no mínimo, mais seis meses. “O grande problema é que, na lógica, nós estamos no período de chuva. O problema é quanto de água nós vamos armazenar para enfrentar o período de seca”, ressaltou o secretário, enfatizando que o ano de 2015 será de grandes mudanças e, possivelmente, o mais crítico.

Fonte: com informações de O Globo e Agência Brasil