FPSO Almirante Tamandaré zarpa da China com destino ao Brasil para atuar no Campo de Búzios

FPSO Almirante Tamandaré zarpa da China com destino ao Brasil para atuar no Campo de Búzios

O campo de Búzios, um dos mais promissores do pré-sal brasileiro, está prestes a receber um reforço significativo com a chegada da plataforma FPSO Almirante Tamandaré. Após meses de construção e preparação no estaleiro CMHI, localizado na China, a unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO, na sigla em inglês) partiu na última quarta-feira, 31 de julho, com destino ao Brasil. A embarcação deve ser a primeira unidade de alta capacidade a operar no campo de Búzios, trazendo avanços tecnológicos e ambientais importantes para a indústria petrolífera.

Capacidade recorde para o Campo de Búzios

A FPSO Almirante Tamandaré é uma das maiores e mais avançadas plataformas de sua categoria. Projetada para operar com uma capacidade de produção impressionante de até 225 mil barris de óleo por dia (bpd), a unidade também é capaz de processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente. Esses números expressivos ressaltam a importância estratégica do projeto, não só para a Petrobras, mas também para seus parceiros no consórcio que opera no campo de Búzios.

Em março de 2024, a Petrobras anunciou que o campo de Búzios alcançou a marca histórica de 1 bilhão de barris de óleo produzidos. Esse feito foi possível graças às operações conjuntas de cinco unidades FPSO já em atividade no local: P-74, P-75, P-76, P-77 e Almirante Barroso. A chegada da FPSO Almirante Tamandaré é vista como um marco na expansão contínua deste campo, com potencial para ampliar ainda mais a produção e consolidar o campo de Búzios como um dos maiores ativos do pré-sal brasileiro.

O novo FPSO da Petrobras possui tecnologias de ponta para descarbonização

Além de sua capacidade operacional, a FPSO Almirante Tamandaré se destaca pelo uso de tecnologias inovadoras voltadas para a descarbonização, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade da Petrobras. A plataforma é equipada com um sistema de flare fechado, que, em conjunto com outras soluções tecnológicas, reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Esse sistema de queima controlada de gases evita a liberação desnecessária de CO₂, um dos principais causadores do aquecimento global.

Outro destaque é o sistema de recuperação de calor da unidade, que elimina a necessidade de fontes externas de energia para a operação de diversos equipamentos. Essa tecnologia não só otimiza a eficiência energética da plataforma, como também contribui para a redução do impacto ambiental. Além disso, a FPSO Almirante Tamandaré conta com equipamentos específicos para a remoção de CO₂ do gás produzido, permitindo sua posterior injeção nos reservatórios, uma prática que reduz a liberação de carbono na atmosfera.

O papel crucial do consórcio Búzios

O campo de Búzios é operado por um consórcio liderado pela Petrobras, que possui 88,99% de participação, em conjunto com as empresas chinesas CNOOC e CNODC, que detêm 7,34% e 3,67%, respectivamente. A parceria estratégica com as empresas chinesas reforça a importância da colaboração internacional no desenvolvimento do setor de energia, especialmente em projetos de grande escala como o pré-sal brasileiro.

O que a Petrobras espera com a chegada de novo FPSO

Para a Petrobras, a chegada da FPSO Almirante Tamandaré representa um passo importante na sua estratégia de expansão e eficiência operacional. A diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, destacou a relevância da nova unidade para o crescimento contínuo do campo de Búzios e reafirmou o compromisso da empresa com a sustentabilidade.

A expectativa da Petrobras é que, com a entrada em operação da FPSO Almirante Tamandaré, a produção no campo de Búzios atinja novos patamares, consolidando ainda mais a posição do Brasil como um dos principais produtores de petróleo do mundo. Além disso, as tecnologias de descarbonização implementadas na plataforma poderão servir de modelo para futuras unidades, contribuindo para a redução das emissões na indústria petrolífera global.

Fonte: Petrosolgás