Funcionários da planta da IESA no município de Charqueadas retornam ao trabalho

As férias coletivas, decretadas em meados de setembro pela unidade de construção naval da IESA Óleo e Gás, localizada em Charqueadas, chegaram ao fim. Com isso, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Jorge Luiz de Carvalho, informa que cerca de 800 trabalhadores voltaram às atividades.

Apesar do retorno, o dirigente comenta que persiste a preocupação quanto à continuidade ou não do chamado Polo Naval do Jacuí.

Conforme o sindicalista, os funcionários dizem que estão atuando em condições precárias. Carvalho afirma que a companhia tem atrasado alguns compromissos como, por exemplo, o vale-refeição. Porém, os salários estão sendo pagos. O dirigente acrescenta que surgiram comentários que novas férias coletivas poderiam ser decretadas pela empresa.

“A meio mastro já está, porque alguns módulos já foram embora, se isso se confirmar, compromete de vez as férias”, ressalta. Segundo o departamento de Comunicação e Marketing da Iesa, não há previsão de novas férias coletivas.

Inicialmente, a expectativa era de que o complexo de Charqueadas fizesse um total de 32 módulos. Entretanto, devido à demora no cumprimento da demanda, a perspectiva agora é de que 16 estruturas sejam concretizadas no Rio Grande do Sul.

A planta no Estado foi construída para fabricar módulos de compressão para plataformas de petróleo replicantes (idênticas) que serão instaladas na área do pré-sal. A encomenda foi feita pela Tupi BV, que tem como acionistas a Petrobras, o BG Group e a Petrogal.

O valor envolvido no pedido supera o patamar de R$ 1 bilhão, contudo a Iesa vem sofrendo dificuldades para operar sua unidade no Rio Grande do Sul. O seu grupo controlador (a Inepar) enfrenta problemas financeiros e entrou em processo de recuperação judicial.

Uma ação que está sendo desenvolvida para garantir a manutenção da unidade de Charqueadas é a parceria entre a Iesa e a Andrade Gutierrez. No entanto, o presidente do sindicato salienta que não se tem definição oficial sobre o acordo entre as duas companhias. Carvalho não descarta que o processo eleitoral possa estar afetando esse assunto.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein