FUSÕES E AQUISIÇÕES RECENTES MOVIMENTAM O SETOR PETRÓLEO MUNDIAL

FUSÕES E AQUISIÇÕES RECENTES MOVIMENTAM O SETOR PETRÓLEO MUNDIAL

A ConocoPhillips anunciou a compra da Marathon Oil na quarta-feira (29/5), em um acordo de US$ 22,5 bilhões, incluindo cerca de US$ 5,4 bilhões em dívidas. No dia anterior, a Hess aprovou a aquisição da empresa pela Chevron por US$ 53 bilhões, mesmo com as incertezas ainda existentes por conta de uma disputa de arbitragem da ExxonMobil sobre a participação da Hess na Guiana.

Com a aquisição, a ConocoPhillips amplia sua presença em campos de xisto nos EUA, do Texas à Dakota do Norte, e transfere as reservas da empresa para áreas como a Guiné Equatorial. Já a compra da Hess, que possui 30% de Stabroek Block, garante à Chevron participação na maior descoberta de petróleo da última década.

O movimento de aquisições inclui à compra da Pioneer pela ExxonMobil, a compra da CrownRock pela Occidental e a aquisição da Endeavor Energy Partners pela Diamondback Energy. Segundo analistas, as majors estão usando lucros inesperados para abocanhar ativos na bacia do Permiano – que ajudou a tornar os EUA o maior produtor mundial de petróleo e gás – e aumentar os retornos para os acionistas, mesmo quando aumenta a pressão para que invistam mais em energia renovável.

A ConocoPhillips já tinha se expandido no Permiano nos últimos anos por meio da aquisição da Concho Resources por US$ 13 bilhões e de uma compra de ativos da Shell na região por US$ 9,5 bilhões.

De acordo com a Bloomberg, o acordo da ConocoPhillips se destaca, em alguns aspectos, de outras aquisições recentes que remodelam a zona petrolífera dos EUA. Embora as aquisições da Exxon e de outras empresas tenham se concentrado principalmente no alinhamento de futuros locais de perfuração, a aposta da ConocoPhillips na Marathon tem mais a ver com a redução de custos nas antigas bacias de xisto de Eagle Ford e Bakken, afirmaram analistas do Citigroup.

As ações da ConocoPhillips caíram 2,3% quando as negociações foram abertas em Nova York. A Marathon ganhou 11%.

No caso da Chevron, a transação ainda precisa passar pela Comissão Federal de Comércio dos EUA, bem como pelo caso de arbitragem em andamento movido pela Exxon sobre o controle do interesse da Hess no campo da Guiana. A Exxon informou que os procedimentos podem se arrastar até 2025.

Ainda conforme publicação da Bloomberg, investidores da Hess, incluindo o HBK Capital Management e a D.E. Shaw & Co., haviam anunciado publicamente planos de se abster da votação, argumentando que o prêmio de aquisição era insuficiente para cobrir o risco da arbitragem que a Exxon apresentou sobre a Guiana em março. A Exxon afirmou ter direito de preferência sobre o ativo mais valioso da Hess – a participação em um campo de 11 bilhões de barris na costa da Guiana, o Stabroek Block, que é operado pela Exxon com 45% de participação, enquanto a chinesa CNOOC também tem 25% de participação.

Segundo a S&P Global, Stabroek Block offshore tem atualmente três grandes campos que produzem cerca de 600.000 b/d de petróleo e outros três campos em diferentes fases de construção.

“Mas as mais de 30 descobertas significativas no bloco mantêm a promessa de mais petróleo do que os 11 bilhões de barris de petróleo equivalente que os parceiros anunciaram até agora”.

Fonte: Revista Portos Navios